Edição: 1
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535918021
Ano: 2011
Páginas: 272
Tradutor: Caroline Chang
Nota:5/5
Sinopse: Em Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida, Xinran aborda com delicadeza um dos aspectos mais cruéis e polêmicos da sociedade chinesa contemporânea, e dá voz às mães que não puderam vivenciar a plena maternidade por terem dado à luz bebês do sexo feminino.
Olá Pessoal,
A resenha de hoje é do livro que escolhi para o Desafio Alfabeto Literário do Mês de Feveiro. Escolhi Xinran, porque esse não é o primeiro livro que leio dela, já li "Os que os Chineses não Comem", onde ela narra os costumes e as condições de vida dos chineses, pricipalmente dos camponeses, após a Revolução Cultural.
Dessa vez, a autora explora o destino das mães e filhas chinesas imersas na politica do filho único e o destino dessas mulheres.
Preparados para se emocionarem?
Então me acompanhem nessa resenha.
#Resenha:
Esse é um livro não ficcional que aborda a Cultura Chinesa e sua politica socialista.
Se você não conhece Xinran, uma pequena apresentação é necessária.
Xinran, nascida em 1958 no Ano do Grande Salto Adiante e tendo vivenciado sua adolescência em plena Revolução Cultural de Mao, se tornou jornalista e radialista, comandando o programa Brisas na Madrugada, onde por meio de cartas que recebia narrava a vida e a situação de vida dos chineses.
Entre muitas dessas cartas, uma pergunta era reccorente: Porque minha mãe chinesa me abandonou?
Nesse livro ela narra as pesquisas que fez sobre o assunto.
Somado ao desconhecimento, outro fator de abandono de meninas é a política do filho único que vigorou na China até inicio de 2016.
Se você pode ter um filho apenas, ele necessariamente deveria ser menino. Ter mais de um filho, significava a perda de emprego, da casa, das rações de comida( A China é uma República Socialista onde tudo provém do Estado) da assistência médica e é impossibilitava os pais de conseguir um outro emprego. Sendo assim, quem gostaria de ter uma menina?
Nas regiões rurais a situação ainda é pior.
A autora narrou no livro uma visita que fez a uma aldeia chinesa e se hospedou em uma casa onde uma menina nasceu e morreu. Afogada em um balde de água suja.
Ainda a o caso dos "Guerrilheiros do Nascimento Extra" uma população flutuante que sem poder entregar suas filhas "extras"aos orfanatos, já que elas não tem certidão de nascimento e sem coragem de assassiná-las, vão deixando as meninas pela cidade, nas estações de trem, em grandes centros urbanos.
É um livro ao mesmo tempo reflexivo e doloroso. Eu li chorando em diversas partes, seja pelo desespero das mães que entregam ou matam suas filhas, das que se matam por isso.-O suicídio é a quinta causa de mortes na China e 90% dos casos, é de mulheres, que tiveram meninas. - Seja pelo desespero dessas filhas em saber mais sobre a China e porque, as sobreviventes foram retiradas e levadas para quilometros de distância de sua terra natal.
No fim, Xinran não só revela ser uma dessas mães, porque também foi obrigada a se separar de sua filhinha, uma menina que quis adotar. ( Ela tem apenas um filho homem, Pam-pam) como fala da criação da "The Mother's Bridges of Love" que auxilia e ensina a cultura chinesa para os orfãos espalhados pelos quatro cantos do mundo.
O apêndice é composto de duas cartas de mães adotivas, "agradecendo" as mães chinesas as doações de seus bebês, e relatando que elas são muito amadas, por suas famílias adotivas.
Um livro para ser lido, pensado e sentido.
Indico a todo mundo, principalmente às mulheres. Mães ou filhas.
Até mais,
A resenha de hoje é do livro que escolhi para o Desafio Alfabeto Literário do Mês de Feveiro. Escolhi Xinran, porque esse não é o primeiro livro que leio dela, já li "Os que os Chineses não Comem", onde ela narra os costumes e as condições de vida dos chineses, pricipalmente dos camponeses, após a Revolução Cultural.
Dessa vez, a autora explora o destino das mães e filhas chinesas imersas na politica do filho único e o destino dessas mulheres.
Preparados para se emocionarem?
Então me acompanhem nessa resenha.
#Resenha:
Esse é um livro não ficcional que aborda a Cultura Chinesa e sua politica socialista.
Se você não conhece Xinran, uma pequena apresentação é necessária.
Xinran, nascida em 1958 no Ano do Grande Salto Adiante e tendo vivenciado sua adolescência em plena Revolução Cultural de Mao, se tornou jornalista e radialista, comandando o programa Brisas na Madrugada, onde por meio de cartas que recebia narrava a vida e a situação de vida dos chineses.
Entre muitas dessas cartas, uma pergunta era reccorente: Porque minha mãe chinesa me abandonou?
Nesse livro ela narra as pesquisas que fez sobre o assunto.
"No final de 2007, o número de crianças orfãs chinesas adotadas no mundo todo chegou a 120 mil. Essas crianças foram levadas para 27 países e quase todas eram meninas.A maior parte dos chineses acha inacreditáveis o número da adoção, assim como acham dificil crer que crianças chinesas tenham encontrados mães e lares em tantos países."Baseada nesse número e na pergunta fio condutor do livro, Xinran começao livro narrando a situação de uma moça que indo para universidade, acabou apaixonando-se por um rapaz . mE encontros clandestinos, engravidou. E não sabia. Diferente das culturas ocidentais, sexo na China é tabu. As meninas e mulheres chinesas desconhecem o tema e muitas delas, mesmo nas capitais, não tem ideia de como se "produz" um filho e quais os sintomas da gravidez. A moça teve o bebê. Uma vergonha para a familia. Foi expulsa da casa paterna, não só por ter engravidado "clandestinamente" mas por ter gerado na primeira gravidez uma menina, afinal quem garantiria a sobrevivência da alma dos ancestrais? Só os homens garantem a linhagem e o primeiro filho necessariamente deve ser um homem. Forçada a abandoná-la, até hoje chora a perda de sua filha.
Somado ao desconhecimento, outro fator de abandono de meninas é a política do filho único que vigorou na China até inicio de 2016.
Se você pode ter um filho apenas, ele necessariamente deveria ser menino. Ter mais de um filho, significava a perda de emprego, da casa, das rações de comida( A China é uma República Socialista onde tudo provém do Estado) da assistência médica e é impossibilitava os pais de conseguir um outro emprego. Sendo assim, quem gostaria de ter uma menina?
Nas regiões rurais a situação ainda é pior.
"Uma boa mulher deve dar a luz a um menino- toda aldeã casada sabe disso. É não só o dever sagrado como também a mais fervorosa esperança de seus sogros. Então, em alguns vilarejos mais pobres, se a primeira criança é uma menina, o desafortunado bebê é abandonado ou asfixiado logo após o nascimento."Na China rural, a política do filho único não vigora, porém a distribuição de terra é feita de acordo com o sexo. Os homens ganham o correspondente a um acre de terra. As mulheres apenas 1/16 disso. Porém ao se casar, ela não leva seu acre, o que faz com que a família que a recebe tenha mais uma boca para alimentar. O nascimento de mulheres faz com que a família empobreça.
A autora narrou no livro uma visita que fez a uma aldeia chinesa e se hospedou em uma casa onde uma menina nasceu e morreu. Afogada em um balde de água suja.
Ainda a o caso dos "Guerrilheiros do Nascimento Extra" uma população flutuante que sem poder entregar suas filhas "extras"aos orfanatos, já que elas não tem certidão de nascimento e sem coragem de assassiná-las, vão deixando as meninas pela cidade, nas estações de trem, em grandes centros urbanos.
"...Sim, foram. Nas estradas ou nas ferrovias, por toda a China, abandonamos nossas filhas, Aquela que a senhora viu foi a quarta.Ela era uma boa menina, e tão bonitinha...Meninas nascem para sofrer. É uma pena que não sejam meninos...Se eu tivesse um filho, eu voltaria direto para casa... estou esperando o dia em que a minha mulher vai acertar..."Com a frase emblemática "Toda mulher que já teve um bebê sentiu dor, e as mães de menininhas têm o coração cheio de tristeza" Xinran nos mostra um lado feio da China, onde a vida humana só tem valor e onde ser "alimentício" e ser mulher é o pior castigo que pode ser infringido ao ser humano.
É um livro ao mesmo tempo reflexivo e doloroso. Eu li chorando em diversas partes, seja pelo desespero das mães que entregam ou matam suas filhas, das que se matam por isso.-O suicídio é a quinta causa de mortes na China e 90% dos casos, é de mulheres, que tiveram meninas. - Seja pelo desespero dessas filhas em saber mais sobre a China e porque, as sobreviventes foram retiradas e levadas para quilometros de distância de sua terra natal.
No fim, Xinran não só revela ser uma dessas mães, porque também foi obrigada a se separar de sua filhinha, uma menina que quis adotar. ( Ela tem apenas um filho homem, Pam-pam) como fala da criação da "The Mother's Bridges of Love" que auxilia e ensina a cultura chinesa para os orfãos espalhados pelos quatro cantos do mundo.
O apêndice é composto de duas cartas de mães adotivas, "agradecendo" as mães chinesas as doações de seus bebês, e relatando que elas são muito amadas, por suas famílias adotivas.
Um livro para ser lido, pensado e sentido.
Indico a todo mundo, principalmente às mulheres. Mães ou filhas.
Até mais,
Que livro forte! Acho muito importante ter escritores que mostram como as pessoas reais podem ser tão cruéis. Mas não sei se teria coragem de lê-lo, pelo menos não neste momento.
ResponderExcluirNossa, parece realmente ser um livro muito forte! Se eu, lendo a resenha, já fiquei com água nos olhos, não quero nem imaginar como seria lendo a própria história... Triste pensar que isso é uma realidade, e não uma simples ficção dos livros... Não consigo nem pensar na dor que deve ser para essas mães ter que abandonar suas filhas, nem como é o sofrimento dessas filhas, que tiveram que crescer sem uma família, sendo muitas delas sacrificadas... Triste realidade que dói em nossos corações... Não acho que eu aguentaria ler...
ResponderExcluirKisses =*
Não sei se estou na época de ler este livro...Sei lá, me parece triste e forte demais. Por tudo o que leio sobre a China, eles "pecam" em muitas coisas, não só nisso. É tão ilógico isso das meninas...pois, se existirem só homens, algumas gerações ficarão, obviamente, sem descendentes. Por isso eles mudaram a política.
ResponderExcluirIsso da adoção das meninas me fez pensar bastante em tráfico de crianças também, seja para escravidão ou escravidão sexual. Será que não ocorre?
Beijos.