[Resenha de Tinta] Entre o Desejo e a Crueldade



O Ministério dos Blogueiros e Mundo de Tinta advertem: Resenha proibida para menores de 18 anos. Contém sexo, violência e muito prazer. Nem sempre a combinação é ruim. Confira por sua conta e risco.

"Não existe limites na cumplicidade de um desejo"
Edição: 1
Editora: Editora Tribo das Letras - Métrica
ISBN: 9788567208329
Ano: 2015
Páginas: 65

Sinopse: Às vezes, os sentimentos mais puros e intensos surgem de onde menos esperamos. Passamos muito tempo de nossas vidas sentindo medo do novo, medo de se arriscar, medo de tudo. Você se arriscaria para viver uma paixão?

Até onde duas pessoas se permitem viver, sentir, transgredir regras por um amor? Amor este que surge de um estilo de vida que aos olhos de muitos é pouco provável que exista tão puro sentimento.
Mas aí vem a pergunta: o amor tem lugar e hora certa para acontecer? Tem um manual? Um livro de regras? Dicas e macetes para o jogo do desejo? veja mais no skoob.


Olá Pessoal,
Hoje eu trago para vocês a resenha do livro de estreia do Selo Métrica- Tribo das Letras.
Como falamos na apresentação do selo, (veja as novidades aqui) esse é um livro do Selo Métrica Vermelho para pessoas ousadas. O que significa que ele é quente, bem quente.
O universo do livro é o BDSM.
Preparadas, meninas? Então segurem as calcinhas no lugar, vistam suas coleiras e venham ver o que achei do livro.
#Resenha:
Esse livro é um retrato cru e eu acho que real ou o mais perto da realidade possível do BDSM. Bem diferente da maioria dos livros já lançados.
Esqueçam o Christian, o Gideon e até o Matheus. Tyree não é nada parecido com o que você pode já ter lido por aí.
Tudo começa com uma viagem de férias de Aymée para a Itália com amigos, ou pelo menos com um amigo, Lucas, já que ele é o único que tem papel na trama.
Aymee é uma mulher de 40 anos, divorciada, com dois filhos crescidos, alguns namorados na bagagem e nenhum prazer sexual para contar.
Embora não possa se dizer que ela não tem vida sexual, ela nunca encontrou prazer nas relações. Sim, leitor, você entendeu. Aymée nunca teve um orgasmo na vida. (Ai tadinha, gente). e suas relações terminaram exatamente por isso. Seu ex-marido e outros namorados a consideravam fria entre os lençóis.
Então, estamos nas lembranças de Aymée sobre seu triste passado, quando ela recebe o convite de Lucas para uma festa em um castelo. É aniversário dela e ele não quer que ela fique em trancada em um quarto de hotel. No que eu concordo com ele, é o maior desperdício estar na Itália e não aproveitar, não é leitor?

"Feliz Aniversário Aymee, 40 anos!!! Temos que comemorar. Nem adianta dizer que não. Vamos sim, na festa do Castello! Passo aí às nove da noite e não esqueça a máscara. Bjs Lucas"

Só que a festa é um Baile de Máscaras. BDSM!!!

Aymee sabe que Lucas é um Dom e tem certo interesse no assunto. Já leu alguns romances eróticos onde há essa prática e visitou algumas páginas na internet sobre o assunto. Por curiosidade (e porque não tem nada a fazer mesmo!) ela aceita o convite.

"―Vou te apresentar meu mundo. Sempre te disse que sou um Dominador. Você tem ideia do que seja e me disse ser curiosa, então hoje saberá a verdade além do que você leu em sites de sexo e livros eróticos. Abra sua mente quando entrarmos naquela sala. Liberte-se dos pudores."

Lá chegando, ela realmente se depara com outro mundo. Mulheres sensualmente vestidas, pessoas de langerie e até nuas, usando coleiras e sendo tratadas como "bichinhos de estimação". Lucas a apresenta a muitas pessoas, inclusive a Tyree um advogado carioca de 42 anos, poderosos olhos verdes, corpo másculo e boca sensual.

Entre conversas, drinks, risadas e danças cria -se uma conexão entre eles.
Na hora da despedida, ele oferece carona que ela aceita. Chegando no hotel, Aymee (que não é burra nem nada) pergunta sutilmente se Tyree não quer subir para um ultimo drink.
―Posso te oferecer uma bebida como agradecimento pela carona? 
Seu rosto se modifica e um sorriso irônico aparece. Olhando-me de cima a baixo ele responde:

―Você tem consciência da porta que está abrindo pra mim, Aymée?
Tenho absoluta certeza que nesse momento não tenho consciência de nada, mas não consigo deixar que ele se afaste, meu corpo meio que suplica por estar perto dele, nem que seja por mais uns minutos. Coloco minha mão em seu braço, e sem responder, me encaminho para entrada, o trazendo junto a mim.

Daí para frente, uma relação BDSM se estabelece entre eles. Aymée, a aprendiz de submissa e Tyree, o Dominador poderoso e influente.

Eu gostei bastante da caracterização da personagem Aymée. Ela não é uma jovenzinha inexperiente. È uma mulher, frustrada sexualmente, que encontra libertação nessa prática sexual. Mas não se engane, por ser uma mulher "normal" (por favor, não estou dizendo que a prática não é normal, ou que as pessoas que a praticam não sejam normais, estou apenas diferenciando o comportamento dela!!!!!) ela difere das outras mocinhas da ficção. Tem muita dificuldades em se comportar e muitas dúvidas sobre o assunto, o que vai gerar situações extremas e a levar a questionar se realmente esse é o que ela quer, se o prazer que ela alcança realmente vale a pena
Tem uma passagem no livro que eu achei incrível, que vem depois de uma situação extrema e tensa e que eu sempre me questiono quando penso no assunto. A autora colocou perfeitamente:

"Será que toda submissa é apática, não tem sentimentos? Então resolvo perguntar:
―E como vocês fazem? E o ciúme? Vocês não têm medo de perder a atenção do Dono de vocês? Do homem de vocês?
Lucy faz um sorriso, e me explica
―Aymée, a maioria de nós sente ciúmes sim. Somos todas humanas e sim temos sentimentos. Acredite, a maioria é apaixonada por seus Donos até mesmo fora da relação sadomasoquista... mas temos sempre o direito de partirmos quando bem desejarmos, ninguém nos obriga a ficar. Acredite, muitas vezes mesmo sofrendo queremos muito ficar. Sei que é difícil pensar assim, mas com o tempo você aprenderá e o mais importante entenderá"
*Desligue sua alma e transforme em prazer tudo o que
alarma seu coração.

Já Tyree é o dominador duro, experiente e implacável. Não temos informação nenhuma sobre ele a não ser as básicas, e isso é legal, porque a principio o romance não é o foco do livro. Sobre o comportamento dele, eu entendo que dentro da relação, ele tenha que comandá-la e treiná-la e que ele é diferente dos heróis de romance, mas ainda assim, tive a impressão que pelo menos em certas ocasiões ele não cuidou dela como devia. Eu esperava claro, dureza e cobrança da parte dele, mas, talvez por eu não ter uma veia submissa, ele conseguiu me irritar em alguns momentos tensos da trama.
"―Você aceitou o jogo, assumiu o seu papel. Leu as regras principais. E agora isto? Vou te esclarecer o que ainda não entendeu: você não é minha mulher, você não é minha namorada, você é minha submissa e minha cadela e quem manda aqui sou eu! "
*Ás vezes, nada mais fará o trabalho. 
Com foco na relação que se inicia entre os dois, prepare-se para uma trama com cenas fortíssimas!
O livro tem um conteúdo extremamente erótico e não poderia ser diferente. É durante os jogos sexuais que a relação deles, a princípio, se delimita. Porém mais que erótico, ele é intenso. Tão intenso que as suas 65 páginas se transformaram em muitas mais na minha leitura, e eu levei certo tempo para administrar e digerir as informações passadas nas páginas. Sabe aquele livro que te faz questionar? É esse.
E o que eu acho mais interessante, é que na abertura, a autora diz que nunca teve pretensões de escrever um livro. Ela tem interesse no mundo BDSM e escreve contos eróticos, mas nunca pensou em estendê-los. Até esse livro. Acredito que ela deveria realmente pensar em escrever algo maior.
Toda a história é narrada em primeira pessoa por Aymée e o leitor vai conhecendo mais a fundo sobre uma relação deste aspecto e conhecendo práticas e palavras que realmente não devem estar no seu vocabulário, mas acalme-se! A autora teve a preocupação de colocar um glossário no fim do livro e alguns sites de referência, caso você queira saber mais sobre o assunto.
BDSM...não é um hobby, é um modo de vida.
Depois de muito aprendizado, o final traz uma linda mensagem: de que não importa o tipo de relação que você tenha, quando o amor chega você tem que se render. E que a felicidade pode estar em qualquer lugar, por mais diferente que ele lhe pareça.
"...Contudo eu, Aymee, decidi ser corajosa, arriscar-me, experimentar o desconhecido. E foi assim que encontrei o prazer, o amor e a felicidade. Entre o desejo e a crueldade."
Minha única reclamação e que eu não posso deixar passar é quanto a questão revisional. Não sei dizer se a versão que recebi é a prévia ou se já é a oficial, porém o livro conta com muitos erros ortográficos, desde palavras sem acento até letras faltando e inclusive grafias erradas. Na questão gramatical, o uso indevido da pontuação também é bem relevante. E inclusive, temos troca de nome de personagem. Uma questão que eu espero que a editora resolva o mais rápido possível para não prejudicar um trabalho tão bem construído.
Indico o livro a você leitor que gosta da temática, que tem curiosidade sobre o tema e que depois de ler alguns romances, pensa em tentar essa prática. Você com certeza tirará muitas dúvidas e poderá surpreender-se. Se quiser saber mais, siga a autora:

Fanpage da Autora: https://www.facebook.com/afroditedolcesubmissaescritora

Site da Autora: http://afroditesubmissa.com.br/ (Ela está escrevendo um conto incrível no site, não perca!)
O livro está à venda em formato digital, nas seguintes lojas:

Assistam ao Booktrailer:

Espero que tenham gostado.
Um beijo,

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