Autor: Agatha Christie
Tradutor: Alessandro Zir
Número de Páginas: 154
Editora: L&M Pocket
ISBN: 9788525422132
Ano: 2011
Nota: 5/5
Sinopse: Um pacato dentista é encontrado em seu consultório com uma bala na testa e uma pistola perto da mão direita. Mais tarde, um de seus pacientes daquele dia aparece morto, devido a uma dose excessiva de anestesia local. Um caso evidente de assassinato e suicídio.
Mas por que o dentista cometeria um crime num dia de expediente movimentado?
A fivela prateada de um sapato é a chave para o mistério. Mas poderá Hercule Poirot descobrir a verdade em meio a tantas armadilhas?
Resenha:
Não importa quantos livros da Agatha eu leia, TODOS me deixam desesperada e eu nunca consigo encontrar o assassino. As pistas estão lá bem na nossa cara e mesmo assim... Todos os livros dela são iguais, alguém morre misteriosamente, um detetive (nesse caso Poirot) assume o caso, os envolvidos tem motivos para matar mas não matariam, os que matariam não estavam perto e ninguém consegue entender nada. As pistas levam a caminhos sem saída ou com saída não esperada. No fim, o assassino era o único que você não esperava. Ainda assim, eu não consigo descobrir o nome, nunca. E isso é maravilhoso! Adoro quando um autor me surpreende desse jeito.Por isso não me canso nunca de ler Agatha Christie.
Sobre a história: um dentista respeitado, bom profissional e homem íntegro morre em seu consultório com uma bala na cabeça. Não precisa ser nenhum gênio para saber que não foi suicídio. O problema é que umas horas depois um dos pacientes morre vítima de overdose de anestesia. E agora? Muitas peças no quebra-cabeça, muito chá e café depois. Algumas visitas, muita conversa e o cabeçudo inteligente Hercule Poirot descobre o que houve ao final.
Uma coisa interessante nas histórias da Agatha é a forma como ela constrói seus personagens. Hercule Poirot por exemplo, é um personagem bem caricato. Belga, baixinho, cabeça de ovo e careca, obsessivo com organização e simetria. Ninguém daria nada por ele, mesmo assim ele desvenda tudo. Esse foi o primeiro livro com esse personagem que se tornou um clássico, ele tem um senso de justiça acima de qualquer coisa:
"Às vezes, Poirot, penso que você não tem nenhum escrúpulo."
"-Por favor, sr. Poirot, nos ajude. Se eu pudesse pelo menos ter certeza de que o senhor está do nosso lado...
Poirot disse:
-Eu não estou do lado de ninguém. Estou do lado da verdade."
Outro fato engraçado do livro é a forma como a autora ridiculariza a simples ideia de tráficos de humanos para o estrangeiro, espionagem séria e coisas do tipo. Ela fala que existe e depois que é absurdo, fala como se disfarçasse. É um bom jeito de mencionar sem mencionar e até mesmo de se diminuir:
"Você fala como um personagem de uma história de detetives, dessas escritas por velhinhas desocupadas..."
Por fim mas não menos importante, o título original do livro e os títulos de todos os capítulos são um trava língua inglês bem legal e que tem tudo haver com o livro (vou deixar no original porque as rimas em português não existem):
One, two,
Buckle my shoe;
Three, four,
Open the door;
Five, six,
Pick up sticks;
Seven, eight,
Lay them straight:
Nine, ten,
A big, fat hen;
Eleven, twelve,
Dig and delve;
Thirteen, fourteen,
Maids a-courting;
Fifteen, sixteen,
Maids in the kitchen;
Seventeen, eighteen,
Maids a-waiting
Nineteen, twenty,
My plate's empty.
Enfim, adoro esse tipo de livro e essa autora em particular, porém essa leitura foi mais para participar do Desafio Literário do Skoob mês de março: Suspense.
Também adoro Agatha Christie, mas nunca tinha ouvido falar desse livro em especial. E percebi que ela gosta de colocar poemas com rimas nos livros, como em "O caso dos dez negrinhos".
ResponderExcluirBeijos! || ape56.blogspot.com
Eu já li tanto agatha Christie, que até me perco nos livros dela... Tanto que estava fazendo um comentário enorme sobre o livro "O Assassinato de Roger Acroid" achando q era esse, mas no meio eu lembrei que não era kkkkkk'
ResponderExcluirLer agatha sempre é uma surpresa boa, tenho que (re?)ler esse, pq acho que não lembro a história direito