Título original: The beach trees
Autora: Karen White
Tradução: Frank de Oliveira e Helena Maria Nascimento
Número de Páginas: 416
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581632230
Ano: 2013
Nota: 4/5
Sinopse:
Quando Julie tinha 12 anos, sua irmã mais nova desapareceu e nunca
mais foi encontrada. Uma perda que corroeu os laços familiares e deixou sua mãe
obcecada pela busca da irmã. Já adulta e com um prestigiado emprego, Julie
conhece Monica, que a faz lembrar muito de sua irmã desaparecida há 17 anos.
Elas se tornam melhores amigas, uma amizade que começa como um processo de cura
para Julie. No entanto, uma fatalidade abate a amizade e Julie se vê
responsável pelo filho de Monica. Ela decide levar o menino para Biloxi,
Mississippi, para encontrar a família que ele não conhecera. A partir dessa
viagem, Julie descobrirá segredos que estão ligados a sua família e seu
passado...
Resenha:
Essa é a história de Mônica ou será
de Julie ou ainda de Aimee...
Provavelmente de nenhuma delas e de
todas elas...
Essa é uma história de superação, renascimento.
Quando li a sinopse, imaginei a solução de um mistério somente, mas tive uma agradabilíssima
surpresa ao me deparar com mais...muito mais!
Quando Julie chega a pequena Biloxi
acompanhada de Beau nem imagina o deserto que irá atravessar
“... Voltei trôpega para o carro, a
enormidade de minha situação colidindo com o pesar contido e os anos gastos na
busca de tudo o que eu havia perdido...” pág. 14
Julie se sentia sozinha e totalmente
despreparada para viver sua nova realidade. Mas precisava encontrar forças. Um menino
de 5 anos espera e depende dela e ao se deparar com a família de sangue da
criança, sua determinação em ficar perto dele cresce mais ainda. Trey e Aimee a
recebem de formas totalmente distintas, o que serve para aumentar mais ainda
sua confusão. Enquanto Aimee é totalmente receptiva e está louca para
compartilhar histórias com Julie, Trey só quer quer ela deixe a criança e suma,
mas é aí a primeira surpresa...
“...os olhos azuis da velha senhora
se tornaram sombrios.
- Acho que você vai ter que voltar
para ouvir o resto da história.
- Ela vai me dizer por que a Monica
foi embora?
Aimee ergueu levemente os ombros.
- Talvez. Espero que você tenha as
peças que faltam para que possamos juntá-las.” Pág. 84
Essa história nos leva a Nova
Orleans dos anos 50 e 60, aos grandes bailes de carnavais e as lindas mansões
vitorianas. Mas também nos leva as grandes catástrofes causadas pelos furacões Camille,
em 1969 e Katrina, mais recentemente. Dá pra ‘sentir’ o que é o desespero dessa
experiência. A autora consegue isso. Mas não vou colocar aqui não, vocês precisam
ler o livro todo. ;)
Julie acha que as pessoas que
reconstroem sabendo que pode ser tudo destruído na temporada seguinte são míopes
e egoístas, mas aos poucos, Trey, Aimee e as várias pessoas que vai conhecendo
no decorrer da história, dão a ela a visão do ‘outro lado’ da história:
Carmem LeBlanc
“... perdemos tudo, enfim, mas
eles foram salvos. – Ela riu de novo. A alegria dela era autentica, sem qualquer
traço de amargura. – às vezes precisamos perder tudo para perceber o que
realmente é importante. Na verdade, minha mãe diz que foi uma benção.”
E
“... Observei à minha volta,
olhando para os vários rostos orgulhosos e repletos de esperança ao verem
erguidos os pilares de suas casas, e percebi que era impossível pensar nas
pessoas que ali estavam, morando e reconstruindo, como egoístas e míopes. Havia
pais e mães de família, filhos e filhas, famílias que lá estavam para recuperar
mais do que móveis, roupas e fotos antigas. A palavra que mais bem se
encaixaria naquele momento, pensei comigo mesma, era “desafiadora”. Porque só
mesmo uma pessoa desafiadora para estar ali em meios aos destroços de sua vida
e pegar o martelo e por mãos à obra.” Pág. 338
Uma história rica de emoções,
reflexões e mensagens de o quanto podemos ser fortes – basta ter o estímulo
certo e, infelizmente, essa força às vezes precisa nascer de acontecimentos
desagradáveis. O importante é nunca deixarmos de aprender com quaisquer que
seja as circunstancias.
Há sempre um arco-íris após a tempestade. :) |
Quanto á edição, há alguns pequenos
erros de português, nada que atrapalhe a leitura, mas que seria muito bom se
fossem corrigidos em uma próxima edição.
Leitura
maravilhosa!!
Recomendo!!
Nenhum comentário
Postar um comentário
Agradecemos pelo comentário!