[Desafio Literário 2012] Novembro - As belas coisas, que é do céu contê-las



Título originalThe beautiful things that heavens bears
Autora: Dinaw Mengestu
Tradução: Maria Helena Rouanet
Número de Páginas: 287
Editora: Editora Nova Fronteira
ISBN: 9788520920770
Ano: 2007


Sinopse:
Há 17 anos, Sepha Stephanos fugiu da revolução etíope após testemunhar o espancamento de seu pai. Depois de vender as jóias da família e desembarcar nos Estados Unidos, ele agora é dono de um armazém em um bairro de negros em Washington. Seus únicos companheiros são dois imigrantes africanos, Joe, do Congo, e Ken, do Quênia, que dividem a frustração e a saudade de casa. Ele então percebe que sua vida se transformou em algo muito diferente do que imaginara anos atrás. À medida que sua vizinhança começa a mudar, a esperança surge na forma de duas novas vizinhas, Judith e Naomi - uma mulher branca e sua filha mestiça, que, pela primeira vez em anos, fazem com que Sepha se sinta parte de uma família. Porém, quando incidentes raciais começam a agitar a vizinhança, Sepha mais uma vez se vê prestes a perder tudo.

Resenha:
                Tenho lido livros ao acaso há algum tempo. Alguns me passam batidos, outros me encantam, me empolgam, me deixam querendo mais. Pouquíssimos me decepcionam, mas faz algum tempo que nenhum me toca profundamente, como ser humano, como aconteceu com este.
                Embora se possa dizer que a história de imigrantes já tenha sido contada muitas vezes, esta aqui é uma pérola pela sua realidade.
                Sepha é um homem sem pátria, distante de sua família, com amigos a contar nos dedos, sem sonhos de futuro, porque se ateve ao passado. Ele não quer ficar nos Estados Unidos pra sempre. Ele imaginava que voltaria para seu país, porque deveria criar laços, embasar sua vida num lugar onde não vai ficar?
                Quantas pessoas realmente não vivem vidas assim? Mesmo estando em seu lar, com sua família, não vivem uma vida pobre, no sentido emocional, porque acham que sua verdadeira vida o espera depois de uma esquina?
                É essa verdade crua, que na verdade tentamos esconder de nós mesmos todos os dias que me emocionou no livro de Dinaw. Nada de reviravoltas e golpes de sorte, daqueles que nos fazem pensar “ah, para! Isso nunca aconteceria de verdade”. Apenas uma trama totalmente real, que pode acontecer de verdade, não uma realidade alterada para ter um final feliz.
                É muito difícil descrever todas as emoções que me tomaram na leitura deste livro, sendo eu tão aberta ao novo e suscetível às sensações alheias. Mas posso dizer que foi um dos melhores livros da minha vida, não pela forma de escrever – que é bastante simples – nem pela criação de um mundo fantástico, mas pela mera exposição de uma tristeza tão literal, que pode até passar batida, pelo simples hábito de evitá-la.



               
                

2 comentários

  1. É ótimo quando um livro nos emociona desse jeito, não é? Eu adoro.
    Não conhecia esse livro. Excelente indicação!

    Um beijo,
    Luara - Estante Vertical

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  2. Parece ser um trabalho legal. Gostei da resenha. Indira, a propósito, por acaso, quer ver uma situação moral delicada na vida?>>> O http://jefhcardoso.blogspot.com anseia por um comentário de sua parte. Abraço!

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