Especial Mundo Dark: O Último Adeus

Autor: Cynthia Hand
Título Original:
Tradutor: Carolina Coelho
Número de páginas: 352
Editora: DarkSide Books
ISBN: 9788594540027
Ano: 2016
Nota: 5/5

Sinopse: O Último Adeus é narrado em primeira pessoa por Lex, uma garota de 18 anos que começa a escrever um diário a pedido do seu terapeuta, como forma de conseguir expressar seus sentimentos retraídos. Há apenas sete semanas, Tyler, seu irmão mais novo, cometeu suicídio, e ela não consegue mais se lembrar de como é se sentir feliz. O divórcio dos seus pais, as provas para entrar na universidade, os gastos com seu carro velho. Ter que lidar com a rotina mergulhada numa apatia profunda é um desafio diário que ela não tem como evitar. E no meio desse vazio, Lex e sua mãe começam a sentir a presença do irmão. Fantasma, loucura ou apenas a saudade falando alto? Eis uma das grandes questões desse livro apaixonante. O Último Adeus é sobre o que vem depois da morte, quando todo mundo parece estar seguindo adiante com sua própria vida, menos você. Lex busca uma forma de lidar com seus sentimentos e tem apenas nós, leitores, como amigos e confidentes.

Resenha:

A sinopse conta muito bem qual é a história por trás do livro, então vou focar mais nos sentimentos, okey?

Esse é um livro para releitura. Não que você precise dela para entender, mas porque vale a pena. O livro todo é narrado por Lex, algumas partes são o diário que ela está escrevendo porque o terapeuta pediu, outras partes são com narração “normal” pela visão dela. Pausa para um comentário sobre edição. Quando eu era criança, e ainda hoje na verdade, uma das minhas manias é rabiscar a página quando não sei o que escrever. Cada vez que a mudança de capítulo era precedida por esses rabiscos eu conseguia ver a Lex na sua escrivaninha. Ela pensando o quão idiota era ter que escrever algo que ela não queria que ninguém lesse, ao mesmo tempo sentindo a compulsão de se expressar. Isto porque os rabiscos pareciam mesmo feitos à mão e recém rabiscados.  
Dá para sentir a textura da caneta esferográfica
Voltando à história: Como lidar com a sua vida quando você perde alguém tão próximo e querido? Como sorrir se tem um buraco no seu peito cada vez que você lembra dessa pessoa? Eu não sei se vocês já perderam alguém realmente importante assim, mas se não, faça um exercício de empatia, pense por 1 segundo como seria a vida sem sua irmã/irmão, filh@, enfim. Fez? Doeu? Eu já tentei fazer isso com meu irmão e não consigo manter por mais de 2 segundos, é só o tempo de terminar de formular a ideia. Agora imagine como a Lex e a mãe dela estão. Principalmente porque Tyler não morreu depois de ficar internado no hospital, ou por um acidente trágico ou mesmo um ataque cardíaco fatal. Não, ele se matou porque estava com depressão. A maldita doença silenciosa que muitos julgam ser devido a um caráter fraco ou coisa pior. #tenso
Depressão: a mais perigosa das doenças silenciosas 
Até a página 100, mais ou menos, parecia que eu não tinha me conectado com a Lex.  Porque isso aconteceu: porque ela é uma pessoa fundamentalmente de exatas e com sentido prático muito aguçado. Traduzindo: ela não sabe como demonstrar seus sentimentos. E às vezes ela não sabe o que deveria estar sentindo. Sabe quem é assim também? Essa que vos fala. Talvez por isso o livro mexeu tanto comigo. Vou guardar ele para reler de vez em quando. E para quando no futuro bem distante eu perder alguém de novo, eu vou reler O Último Adeus e reaprender a viver com a dor. E também para poder lembrar que os amigos ao meu redor estão me ajudando mais do que eu imagino. Inclusive, eles tem as próprias dores para lidar também. É muito difícil não ser egoísta quando seu mundo não faz mais sentido.

Desde as primeiras aparições de Tyler e Steven eu  já estava apaixonada por eles. São daquela classe de garotos que você quer como amigo, amante, irmão, enfim, você quer alguém assim na sua vida. Tyler é uma pessoa sensível, inteligente e amável. Um adolescente comum. No começo do livro é difícil entender porque ele escolheu uma atitude tão brusca. Mas a culpa é da Lex não nos contando muito. Com a evolução do livro dá para ver melhor certas coisas. Mas só se você conseguir filtrar a lente de “como a Lex vê o mundo” e tentar observar “como o Tyler vê o mundo”. O que não é muito fácil com uma narrativa em 1º pessoa, mas gosto de pensar que eu entendi. Não aceito e não concordo, e quero ele vivo, porque ele é bom demais para morrer, mas entendo o que o levou a isso. ~lágrimas quando penso que ele podia estar vivo~
Tentando lidar com o fato de Tyler estar morto
Falando agora de quem está vivo: Steven, o melhor amigo-namorado nerd de todos os tempos. Atenção, resenhista nerd detectada! Sou engenheira e se pudesse estudar no MIT eu teria ido sem pestanejar. As cantadas nerds de Steven são as melhores! E a noção dele de uma noite romântica é a coisa mais linda que já li. Lex foi muito idiota de ter terminado com ele sem contar nada de nada. ~ódio feelings~
Cantadas Nerds são as melhores!
Outros dois personagens muito importantes na história são os pais de Lex. O pai teve um caso com a secretária e saiu de casa para morar com ela. A mãe, muito religiosa, sempre achou que o marido ia “cair na real” e voltar para casa. Quando eles eram uma grande família feliz eu só queria estapear o pai. Depois do divórcio eu queria dar um tiro nele, levar a mãe para tomar um porre e depois ensinar a ela que não precisa de marido para ser feliz. Não posso falar muito mais deles porque é Spoiler, mas ainda guardo rancor de ambos. ~um dia passa~

Espero ter passado para vocês o quanto esse livro mexeu mesmo comigo. E acho que a Cynthia escreveu uma obra prima. Exageros à parte, essa é minha humilde opinião. Estou esperando a de vocês ;)


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10 comentários

  1. Oi, Agatha! Dá pra perceber pela sua resenha que o livro realmente te tocou. Adoro leituras que fazem isso! Eu já queria muito ler esse livro, gosto desses temas mais densos, dessas leituras mais introspectivas.

    Beijos, Entre Aspas

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    1. Ele me tocou na alma, só de lembrar os olhos enchem d'água. Leia sim e venha nos contar o que achou :D

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  2. Recebo todos os dias as resenhas de tinta no meu email. Por uma questão de praticidade (e um pouco de preguiça) raramente venho à página, mas a tua resenha me chamou a atenção. Se um livro mexe com alguém dessa maneira, eu realmente PRECISO, NECESSITO, QUERO, DESEJO ler também. Não é inveja. É constatação da necessidade de ler um bom livro. Cá estou eu botando nos desejados do Skoob e se demorar muito a conseguir, vou procurar em ePub. Eu te odeio! Fica me enchendo a lista de coisas desejadas para ler, rssss (mentchira, te amo Agatha! AS querida do meu <3 )

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    1. Quer dizer q a falta de comentários é preguiça?! Vou te dar uma coça dona Sammy!!!!
      Mas leia ele sim, ele merece. É lindo. Maravilhoso.

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  3. Um minuto para me recuperar.....Pronto! Já tinha lido sobre a história, que era comovente e merecia ser lida, mas depois da sua resenha este livro entrou para a minha lista "TENHO QUE LER". Apesar de não ler muito, adoro esses livros profundos que mexe conosco.

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    1. Um minuto não será suficiente depois que vc ler essa beleza literária amiga. Eu ainda não me recuperei. Digo apenas: leia e venha dividir as lágrimas comigo.

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  4. Você me fez ter vontade de ler esse livro. Essa junção de final de ensino médio com problemas familiares é incrível, trás a realidade de muitas pessoas e pelo que parece a autora conseguiu mostrar isso direitinho.

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    1. Ela não apenas mostra direito, mas é daqueles livros que independente da idade do leitor da p se identificar sabe? Só cuidado com a ressaca rsrssrsrs

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  5. Gostei do que você fala aqui sobre este livro. Eu estava receosa em ler e me decepcionar. Mas pelo que vi é interessante, mesmo sendo um pouco devagar no começo. Vou tentar ler. Espero apreciar.
    Beijos.

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  6. Achei que a mae dela se superou no final, mas o pai dela eu odeio.

    Mas e aí, vc imagina a lexie como? Pq ela com certeza é uma nerd q faz sucesso! Hahaha beijos

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