[Resenha de Tinta Dupla] O Guia do Mochileiro das Galáxias

NÃO ENTRE EM PÂNICO! Esta é uma resenha dupla sobre um dos maiores clássicos da literatura nerd. Senta que lá vem textão! Mas vale muito a pena a leitura.

Série: O Guia do Mochileiro das Galáxias #1
Autor: Douglas Adams
Tradutor: Carlos Irineu da Costa e Paulo Fernando Henrique Britto
Número de páginas: 208
Editora: Sextante
ISBN: 9788575421048
Ano: 2011 (Publicado originalmente em 1979)
Nota: 5/5

Sinopse: O Guia do Mochileiro das Galáxias começou sua história como uma série de rádio e, depois, uma compilação em fita cassete. Arthur Dent, um inglês azarado, escapa de um evento dramático - a destruição da Terra -, graças a um amigo de Betelgeuse que, enquanto estava ilhado em nosso planeta, havia se disfarçado de ator desempregado. Arthur se vê arrastado, apesar de seus protestos histéricos, para as situações mais alucinadas nos pontos mais distantes do tempo e do espaço. O que realmente sustenta este livro hilariante, através de sua viagem freneticamente bizarra pela galáxia rumo ao legendário planeta de Magrathea e além, é a pergunta profunda sobre o porquê. De onde viemos? Por que estamos aqui? Para onde vamos? Onde vamos almoçar hoje?

Resenha:

A história gira em torno do livro ‘Guia do Mochileiro das Galáxias’ editado pelas editoras da Ursa Menor e também das aventuras de Arthur Dent, um terráqueo que escapou da destruição da Terra com a ajuda de um amigo de Betelguese, Ford Prefect, que por acaso estava preso na Terra por 15 anos.

O livro da Ursa Maior é editado como um ebook que já vem com seu próprio leitor. Imagine a wikipédia inteira em um Kobo ou Kindle em uma capa de plástico que contém as palavras marcantes ‘Não entre em pânico’.

Que é isso? — perguntou Arthur. — O Guia do Mochileiro das Galáxias. É uma espécie de livro eletrônico. Tem tudo sobre todos os assuntos. Informa sobre qualquer coisa. Arthur revirou nervosamente o aparelho. — Gostei da capa — disse ele. — Não entre em pânico. Foi a primeira coisa sensata e inteligível que me disseram hoje.

Esse é o livro que Ford ajuda a editar. Ele é um pesquisador de campo que foi à Terra pesquisar para incrementar o verbete ‘Terra’ do Guia. Tal verbete dizia: Inofensiva. Com o update do Ford vai passar a dizer ‘Praticamente Inofensiva’.

Arthur é um humano de 30 anos sem nada de excepcional. Ele só é o protagonista da história porque ela precisa de um protagonista, mas a história por si só é que se protagoniza e é quem faz sucesso. Um personagem interessante é Zaphod Beeblebrox, que é presidente do Governo Imperial Galactico. Com esse personagem Adams alfineta TODAS as formas de governo. A forma como ele construiu o personagem e o cargo de presidente é uma crítica fantástica. Afirmando que o presidente e o governo são as pessoas que menos exercem poder e que as pessoas que o elegeram se sentem felizes porque elegeram o presidente, mas na verdade apenas 6 pessoas no universo sabem quem realmente exerce o poder. Isso torna todas as discussões políticas inúteis.

O presidente, em particular, é simplesmente uma figura pública: não detém nenhum poder. Ele é aparentemente escolhido pelo governo, mas as qualidades que ele deve exibir nada têm a ver com liderança. Ele deve é possuir um sutil talento para provocar indignação. Por esse motivo, o presidente é sempre uma figura polêmica, sempre uma personalidade irritante, porém fascinante ao mesmo tempo. Não cabe a ele exercer o poder, e sim desviar a atenção do poder.

Douglas Adams era um nerd e seus fãs nerds decidiram homenageá-lo criando o dia do orgulho nerd ou dia da toalha, 25 de Maio. Porque ele explica que a toalha tem muitas funções úteis, entre elas fazer as pessoas acreditarem que o dono da toalha é uma pessoa responsável que merece receber emprestado qualquer coisa que por acaso ele ‘perdeu’ na viagem, como escova ou pasta de dentes.

Coisas interessantes que talvez só os fãs acham interessante:

A resposta para a pergunta fundamental da vida, do universo e tudo o mais é 42. O problema é que não sabemos qual é a pergunta, por isso a resposta não faz sentido. O supercomputador que ia calcular a pergunta era a Terra, mas esta foi demolida 5 min antes de poder concluir os cálculos. Quem mandou construir a Terra foram os ratos, que são a segunda raça mais inteligente que existe. A primeira são os golfinhos. Mas os ratos só são ratos na nossa dimensão porque eles são seres pandimensionais de altíssima inteligência.

Muitas frases, até paragrafos inteiros do livro são dificeis de entender e sinceramente acho que eles não são para serem entendidos rsrs. Reza a lenda que o livro pode ser apreciado por não nerds, mas eu acho difícil de acreditar kkkkkkk Quem lê e gosta de Douglas Adams é um nerd e vamos dominar o mundo \o/ 

Por fim, ele nos apresenta o conceito da dualidade entre estar certo ou ser feliz:

[..] que estamos construindo me encarregaram da África, e é claro que estou carregando nos fiordes, porque eu gosto, e sou um sujeito antiquado a ponto de achar que os fiordes dão um belo toque barroco num continente. E agora estão me dizendo que isso não condiz com o caráter equatorial do lugar. Equatorial! — soltou uma risada sarcástica. — Que importância tem isso? A ciência conseguiu algumas coisas fantásticas, não vou negar, mas acho mais importante estar feliz do que estar certo. — E o senhor está feliz? — Não. Aí é que está o problema, é claro.

OLÁ GALERA!
Hoje como vocês devem saber é o Dia da Toalha e nada mais justo fazermos um post para celebrar um dos livros  mais aclamados na ficção científica e pelos nerds.

O guia do mochileiro das galáxias foi um livro que me surpreendeu de todas as maneiras possíveis. Porque o que eu tenho que dizer antes à vocês é que eu nunca tinha lido ficção científica (vergonha mode on) e quando peguei o guia eu fiquei meio receosa do que eu iria encontrar ali. Mas a cada página que eu passava, eu não conseguia parar mesmo que eu estivesse presenciando as  situações mais absurdas do que vocês possam imaginar. As aventuras que Arthur Dent e Ford Prefect passam são de embaralhar a cabeça, mas ao mesmo tempo faz sentido!?! 

Nas caronas pela galáxia, eles se encontram com Zaphod, Trillian e Marvin, o robô depressivo.

Zaphod: Primo de Ford.
Trillian: Uma garota que Arthur encontrou em uma festa mas que foi "roubada" por Zaphod que estava de visita no planeta e levou Trillian junto embora.
Marvin: Robô depressivo que tem pensamento suicidas.

Juntos, na nave Coração de Ouro, eles se metem em várias situações inusitadas que arrancam várias risadas dos leitores. E falar em risos, é isso que é a marca de Douglas Adams, ele mistura ficção científica com humor e transforma em uma crítica social, política e  sobre a humanidade. 

Douglas Adams que iniciou a história de OGMG como uma rádio novela com transmissão na BBC, viu que fez tanto sucesso que colocou a obra em livro. Em sua biografia entendemos que suas ideias para história foram tiradas de suas próprias experiências. Como da vez que ele pegou uma mochila e viajou por vários lugares até Turquia, e em uma noite quando estava frustado por ninguém falar sua língua, bêbado, se sentou em um banco e olhou para o céu e uma ideia bateu em sua cabeça. Não seria um máximo viajar pela galáxia? E então ele adormeceu e lembrou disso depois de alguns anos. 

E como todos sabem Douglas Adams foi embora muito cedo, deixando milhares de fãs órfãos. Mas sua genialidade  se eternizou através de seu livro. Eu que mal conhecia a história, virei fã de todo esse universo e tudo mais.

Mas muitas pessoas perguntam o que a toalha tem de importante? TUDO.
Como você espera se agasalhar em um planeta com temperatura baixa?
Ou avisar alguém em um pedido de socorro?

Brincadeiras a parte, a toalha de acordo com o Guia é um dos objetos mais úteis de um mochileiro da galáxias. E com a morte de Douglas Adams, os fãs escolheram a toalha como referência para se lembrar de DA. Surgindo assim O dia da Toalha.
Então gente, recomendo esse livro como obrigatório. É muito bom!  E assim vocês também não ficam por fora das referências rs.

FELIZ DIA DA TOALHA !