[Resenha de Tinta] QUARTO

DESAFIO ALFABETO LITERÁRIO

Título Original:Room                

Autor: Emma Donoghue

Número de Páginas:350

Editora:Verus

Ano Publicação: 2011

ISBN: 9788576861317

Sinopse: Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la.

O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar.

Resenha: Olá queridos! Eu somente li o livro mas não vi o filme, e na minha percepção quando se trata de imagens e sons associados à história, a energia é bem diferente, talvez até mais intensa.

Na boa, sei nem como começar... Fiquei tão atormentada que quase não consegui escrever essa resenha, pois não queria voltar ao Quarto... Ele é inacreditavelmente tenso. Impossível não se envolver e não se afligir com o ambiente do Quarto. 

Sim, é Quarto com letra maiúscula, assim como a Cama, o Tapete, a Mesa, o Guarda-roupa e todo o resto da mobília que formava todo o lar e o mundo de Jack.

Jack é uma criança de 5 anos, fruto do “relacionamento” da Mãe – que não tem nome - com o seu sequestrador, o velho Nick, que a mantém enclausurada há 7 anos.

Até então, toda a sua vida gira em torno de sua Mãe, do Quarto e o Lá fora, que é o Espaço Sideral e as coisas da televisão, que não são reais.

Por 7 anos, sua Mãe imagina diferentes formas de fugirem ou de enviar pedidos de socorro, incluindo um exercício diário de Gritaria, que para Jack não passa de mais uma brincadeira. Certo dia, um de seus planos funciona e eles são resgatados. 
Calma!! Isso não é um spoiler, para mim foi aí que realmente a história começou...

Descobrir um mundo através dos olhos inocentes de uma criança foi algo que eu não tinha experimentado até então. E foi maravilhoso estar nos pensamentos de Jack...

“Os seres humanos e as abelhas devem só acenar, não se tocar. Nada de fazer festinha em cachorro, a não ser que o humano dele diga que tudo bem, nada de atravessar a rua correndo nem tocar nos órgãos genitais, exceto nos meus, em particular. Aí tem casos especiais, por exemplo, a polícia pode disparar armas, mas só nos bandidos. Eram regras demais pra caber na minha cabeça, então fizemos uma lista com a caneta dourada superpesada do Dr. Clay.” 

A necessidade de se adaptar a uma nova família e uma nova forma de conviver, é algo absolutamente desafiador. As dificuldades de aprendizado de coisas tão simples, como a sensação de usar sapatos, nos fazem refletir sobre como ficamos superficiais com o tempo. Outro ponto a ser destacado é a capacidade da Mãe de tornar o ambiente de Jack o mais lúdico possível para que mesmo em meio a tragédia, ele ainda fosse uma criança sonhadora e feliz.

A autora conseguiu de forma magistral abordar um tema super complicado sem corromper a doçura da visão de Jack, o que é consolador, de certa forma.

Este livro é envolvente demais, para entendê-lo é preciso não só ler, mas também mergulhar em cada palavra. E acredite quando eu digo, Jack não irá desgrudar de você, mesmo depois de fechar o livro.
O filme foi lançado em 2015 e neste último fim de semana rendeu um Oscar de Melhor Atriz para Brie Larson, que faz o papel da Mãe. 

Brie Larson e Jacob Tremblay

Confira o trailer!!

Indico, indico e indico!!! Preparem seus lencinhos...
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