[RESENHA DE TINTA] A MÁQUINA DE CONTAR HISTÓRIAS

A Máquina de Contar Histórias
skoob
Autor:Mauricio Gomyde
Número de Páginas: 192
Editora: Novo Conceito - Selo Novas Páginas
ISBN: 9788581635040
Ano: 2014
Nota: 10/5
Sinopse:Na noite em que o escritor best-seller Vinícius Becker lançou A Máquina de Contar Histórias , o novo romance e livro mais aguardado do ano, sua esposa Viviana faleceu sozinha num quarto de hospital. Odiado em casa por tantas ausências para cuidar da carreira literária, ele vê o chão se abrir sob seus pés. Sem o grande amor da sua vida, sem o carinho das filhas, sem amigos... O lugar pelo qual ele tanto lutou revela-se aquele em que nunca desejou estar. Vinícius teve o mundo nas mãos, e agora, sozinho, precisa se reinventar para reconquistar o amor das filhas e seu espaço no coração da família V. Uma história emocionante, cheia de significados entrelaçados pela literatura, mostrando que o amor de um pai, por mais dura que seja a situação, nunca morre nem se perde.

Resenha:
Quando recebemos esse livro da Parceria pela Novo Conceito, eu fiquei muito interessada. Já tinha ouvido algumas amigas elogiarem o autor. Ele estava na minha lista de leituras e de compra, mas nunca concretizava. Até que a oportunidade apareceu e as meninas lindas desse blog deixaram eu ficar com ele.
Para matar a curiosidade, o inscrevi como desafio de leituras na II Maratona Literária #Eusoudoideira e na Maratona Nacional do Desafio das Estrelas e para as duas, foi o primeiro livro que li.
Livro lido, encontro dificuldades em resenhá-lo. Então, peço licença ao leitores desse blog e as Meninas de Tinta para não escrever a resenha, mas talvez um "desabafo",um "testemunho"ou como você queira chamá-lo:
"Bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer.Jerome David Salinger"
Essa é uma citação que encontrei no  livro, e que eu concordo plenamente. Como não tenho o telefone do autor, estou usando essa página do blog para  poder externar o que a leitura desse livro provocou em mim e tudo o que aprendi com ele.
Como Vinícius eu tive um perda imensa, há um ano e meio atrás, talvez a pessoa mais importante da minha vida.  Minha mãe. Mas diferente dele, eu graças a minha profissão, pude acompanhar todo o seu "tratamento". Aliás, não só eu. Toda a minha pequena família, se esforçou para poder acompanhar a sua partida.
Não me arrependo, fiz tudo o que podia para permanecer ao lado dela, mas como Viviana tenho certeza que se ela pudesse falar, teria dito também:
O tempo há de me levar, mas não quero que também leve sua essência.
Quero dizer que eu entendo o dilema de Vinícius e suas atitudes. Sei que infelizmente nem todo mundo pode abdicar da sua profissão para se dedicar a outro. Ainda mais um autor. Apesar de Vinícius já ser "consagrado" sei  como é difícil sempre criar novas histórias, novos personagens, ser criativo, formar frases de efeito. Mesmo com as técnicas de escrita que ele tanto usa. Sei também que a escalada é difícil.Apesar de não ter nenhuma pretensão autoral (minhas palavras não alcançam vôos fora dessa blog) eu acompanho o mundo literário e todo dia vejo novos autores galgando um degrau, divulgando, escrevendo, pensando em capas e esperando apenas uma chance de mostrar seu trabalho e tem gente que merece, muito.(como o próprio autor do livro.)
Ao mesmo tempo, preciso dizer, que apesar de entender, eu concordo com Valentina e imagino como deve ter sido difícil para uma menina de 16 anos, ter que enfrentar a doença da sua mãe "sozinha" e sem amparo.Se eu muito mais velha que isso(não, não vou dizer minha idade #velha) me sentia só é abandonada, imaginem uma adolescente? Infelizmente, nem todo dinheiro do mundo pode comprar a felicidade, pode proporcionar muitas coisas, mas não tudo. Parafraseando Jonh Green:
"O Mundo não é uma fabrica de realização de desejos.(ACEDE)."
Quando Vinícius inventa uma viagem louca,no meio do período escolar com as meninas, eu encarei como uma fuga, e pensei que na "vida real" isso não daria certo. Porque não é "fugindo" dos problemas que se resolve as coisas, mas repensando, talvez um tempo juntos, se "re-conhecendo" pudesse amenizar a distância e a indiferença entre o pai  e suas filhas.
E foi na leitura dessa parte do livro que me identifiquei. Depois dessa história, eu percebi que durante muito tempo me senti uma autômata: eu trabalhava, estudava, comia, lia, dormia, mas a felicidade se foi. A impressão é que o brilho do mundo tinha se apagado e eu deixei de perceber que pessoas existiam a minha volta.
Eu percebi que  pouco conversava com a minha família, eu não ligava para os meus amigos, eu quase não saia, acho que não vivia. Eu sobrevivia.
E essa constatação tardia, me emocionou muito. Eu chorei "litros" ao perceber o vazio que eu sentia e que eu mesma criei. O afastamento que Vinicius conseguiu combater e eu demorei muito a entender. 
A mensagem de Viviana dizendo que :
"...se você errou em algum ponto, a hora de corrigir é agora. Não espere muito, porque o tempo não volta."
Foi libertadora e fez-me repensar todo esse ano e prometer que agora será diferente, "a vida não para, nem para que você enxugue suas lágrimas" como diria o ditado, e agora eu percebo isso.
Uma história pequena, simples, mas com uma mensagem e linda e que merece ser lida e absorvida por todo mundo.
 Volto a  Salinger, dizendo que  sim pode ser raro, mas eu encontrei a o autor que eu gostaria de poder telefonar.
Obrigada Mauricio Gomyde pelo conselho. Desejo que sua família "M" seja sempre muito feliz e que você consiga consiga externar suas emoções a ponto de emocionar os leitores do outro lado dos livros.
Espero que você continue com o : v hh b x  n mbisbjbgeovanna ( ops, intromissão da minha afilhada de 04 anos que está esperando para assistir o Rei Leão comigo enquanto escrevo).
"Mostre, não conte. Não diga ao leitor o que ele tem que sentir. Mostre a cena, e se você você for suficiente habilidosa, ele vai sentir por conta própria.Esse sentimento vai se impregnar no seu leitor e então você o terá conquistado para sempre."
Mauricio é habilidoso, conseguiu conquistar (mais) uma fã.

Termino aqui, mais uma vez emocionada.
Ah faltou a música:
A música do livro é Um pro Outro - Lulu Santos mas eu escolho Dias Melhores - Jota Quest para ilustrar a minha relação com essa história.



Hoje não tem beijo. Tem Hakuna Matata para você também.









       

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