[Resenha de Tinta] O Rei do Inverno

 #As Crônicas de Artur, volume 1
Título Original:  The winter King
Autor: Bernard Cornwell
Tradução: Alves Calado
Número de Páginas: 544
Editora: Record
ISBN: 9788501061140
Ano: 2001

Sinopse:
O Rei do Inverno conta a mais fiel história de Artur, sem os exageros míticos de outras publicações. A partir de fatos, este romance genial retrata o maior de todos os heróis como um poderoso guerreiro britânico, que luta contra os saxões para manter unida a Britânia, no século V, após a saída dos romanos. "O livro traz religião, política, traição, tudo o que mais me interessa," explica Cornwell, que usa a voz ficcional do soldado raso Derfel para ilustrar a vida de Artur. O valoroso soldado cresce dentro do exército do rei e dentro da narrativa de Corwell até se tornar o melhor amigo e conselheiro de Artur na paz e na guerra.
 
Resenha:
Kit para ler livros do Bernard Cornwell: Algo para fazer de escudo, para evitar que as lanças te atinjam. Paninho para limpar o sangue depois. Protetor auricular, para evitar surdez com os gritos de guerra.
Este homem não escreve livros não gente. Não tem nome pra descrever o que ele escreve. Ele escreve mundos, vidas, vitórias, dores. Ele escreve a história.
Agora para tudo!!! A história mais recriada de todos os tempos, contada pelo senhor Cornwell. Tem que ser maravilhoso, não tem? Meu coração tem um novo queridinho.
Como diria Jack Estripador, vamos por partes.
Se você, como eu, odeia a Guinevere, pode continuar odiando.
Ademais, esqueça tudo, tudinho que você já leu sobre Artur. A não ser que ele era sensacional (pra não utilizar um linguajar chulo, mas que expressaria muito melhor).
Artur é filho bastardo do Grande Rei, o Pendragon Uther. Claro que, assim sendo, ele não é nem será rei, o que não irá impedi-lo de mandar e desmandar na Britânia enquanto Mordred, herdeiro real do trono, é apenas um bebê.
Mas o fato de Artur ser líder sem ser rei é apenas a base para uma aula de história, como todos os livros de Cornwell. Estamos no meio da Idade das Trevas, saxões e francos invadem as terras Bretãs, e como se isso não fosse suficiente, os “conterrâneos” ainda brigam entre si, querendo aproveitar o momento da “ausência” de rei na Dumnonia para se tornarem mais fortes. Intrigas, jogos políticos e muitas, muitas batalhas vão embalar a jornada de Artur para proteger sua pátria.
Todos os nossos conhecidos estão nesta história: Lancelot (nunca gostei, continuei não gostando), Merlin (amo), Morgana, Nimue, o Rei Ban, e a insuportavelmente odiosa Guinevere. Nunca, nunca odiei tanto um personagem como odeio Guinevere. E tenho dito. u_u
Por realizar pesquisas históricas, podemos dizer que este relato é um dos mais fiéis a história de Artur. Apesar de não ser a romântica história do Rei que tira a espada da pedra (apesar de existir uma pedra, e existir Excalibur), junta cavaleiros honrados e forma a sociedade de paz, esta é uma história maravilhosa, sobre um rei que nunca foi, mas um homem que com toda certeza pode ter existido.

"Era como se um novo sol brilhante tivesse nascido no fim daquele dia. A luz cortou as pastagens, cegando-nos, confundindo-nos, mas então ela se desviou e vi que era apenas o reflexo do sol verdadeiro olhando de um escudo polido até brilhar como um espelho. Mas aquele escudo era seguro por um homem como eu nunca tinha visto antes; um homem magnífico, um homem montado num grande cavalo e acompanhado por homens iguais; uma horda de homens espantosos, homens emplumados, homens com armaduras, homens que brotavam dos sonhos dos Deuses para vir a este campo da morte, e sobre as cabeças emplumadas dos homens flutuava uma bandeira que eu viria a amar mais do que qualquer bandeira em toda a terra de Deus. Era a bandeira do urso.
O chifre soou uma terceira vez, e de repente eu soube que iria viver, e estava chorando de alegria e todos os nossos lanceiros estavam meio chorando e meio gritando e a terra estremecia com os cascos dos cavalos daqueles homens que pareciam Deuses, que vinham nos resgatar.
Porque Artur, finalmente, tinha chegado."
 
Este livro é para o Desafio Literário - Abril: Uma ou mais das quatro estações no título
 
 
 

4 comentários

  1. Oi Indira!

    Eu amo Bernard Cornwell, é um dos meus autores preferidos, e a culpa é justamente desse livro. Meu preferido dele. Quando li pela primeira vez, tive uns choques, porque não só este é meu livro preferido (a trilogia toda, na verdade), mas a história de Artur é a minha preferida. Já li muitas versões dela, estou lendo agora The Once and Future King, do T.H, White, e ver como Bernard Cornwell retratou a lenda de forma realista me chocou. Principalmente por causa da forma que ele retrata alguns personagens muito conhecidos. Mas tenho que dizer que esta é, e de longe, a melhor versão da lenda que eu já li.

    Beijos!

    Fernanda

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  2. Eu amo Cornwell desde que li Azincourt, e é isso mesmo, as batalhas são tão reais que espirra e a história que ele cria ou conta sempre é fantástica.
    Queria muito ler ter lido esse livro para o desafio, inclusive era minha meta, mas o tempo não deixou e tive que me contentar com outro.
    Pelo menos, graças a sua resenha, sei que não vou me decepcionar.
    Adorei,
    bjs,

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  3. Oi Fernanda! É bom encontrar outra apreciadora de Artur, pois também é minha história preferida desde As Brumas de Avalon. Realmente é muito literal essa visão do Bernard, mas acho que foi isso que eu mais gostei, ter saido um pouco da mágica e ido pro mundo real.
    Obrigada pela visita!

    =*

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  4. Lua, Bernard é muito divo! rsrsrs...
    Pode ler com carinho, não vai se decepcionar mesmo. =D

    Obrigada pela visita!

    =*

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Agradecemos pelo comentário!