[resenha de tinta] O Livro do Cemitério



O LIVRO DO CEMITÉRIO
Título original: The Graveyard Book
Autor: Neil Gaiman
Tradutor: Ryta Vinagre
Número de páginas: 336
Editora: Rocco
ISBN: 9788579800122
Ano: 2010
Nota: 5/5

Sinopse:
Enquanto seus pais e irmã são impiedosamente assassinados por um misterioso homem chamado Jack, um bebê consegue escapar de seu berço e se aventurar pelo mundo. Uma série de coincidências, aliada a uma grande dose de sorte, salva o pequeno de ter um destino tão trágico quanto o de sua família. Este é o cartão de visitas de O Livro do Cemitério, mais nova obra do cultuado britânico Neil Gaiman. Ganhador da medalha John Newberry, a mais prestigiada premiação da literatura infantojuvenil norte-americana, o livro permaneceu na lista dos mais vendidos do The New York Times por mais de 50 semanas e chega agora às livrarias do país.
Assim como fez em Coraline e Os Lobos dentro das Paredes, Neil Gaiman cria um mundo fantástico e fascinante, desta vez dentro de um pequeno cemitério. Ninguém e seus companheiros de cemitério são personagens adoráveis e mesmo os mortos são cheios de vida e alegria como raramente se acha em outros livros. Mais uma vez com o acompanhamento de luxo das belas (e sombrias) ilustrações de seu velho colaborador Dave Mckean, Gaiman apresenta um livro estupendo. E fica claro porque é um dos mais badalados escritores da atualidade. Com toda justiça.

Resenha:
            Essa é a história de Ninguém Owens. Para os íntimos, Nin. Para a srta. Lupescu, neném (o que ele odeia com todas as forças) e para o restante do mundo, o menino do cemitério, mas que ninguém sabia que estava lá. Confuso? Vou explicar.
            Em uma noite o homem chamado Jack entra em um lar e mata o pai, mãe, irmã e quando se dirige ao quarto do bebê, este sumiu. Então sai a procura e descobre que o pequeno, que aprendera a andar faz pouco tempo, entrou no cemitério antigo no alto da colina. Mas o zelador diz que não, não há nenhuma criança dentro do cemitério.
            Mas o negócio é que os mortos resolveram adotar o menino, mas especificamente a sra. Owens. E assim o pequeno ganha o nome de Ninguém Owens porque parecia com... ninguém! ele era ele mesmo ;)
O lar de Nin Owens
            Os anos se passam e o pequeno Nin vai crescendo e aprendendo tudo sobre os mortos. Mas e os vivos? Quer ver do lado de fora dos muros, ver uma escola de verdade, os vivos. Ele vai, mas a experiência não é muito boa. Os vivos são complicados. Melhor os mortos. E assim sua vida no meio dos mortos segue, cheia de aventuras, cheia de ghouls (hã?!), sabujos de Deus e bestas da lua.
Como é??
            O mundo que Neil Gaiman cria, à primeira vista, é sombrio, principalmente quando o protagonista é só um bebê. Quem nunca assistiu Coraline e sonhou com aquela “mãe”? Eu sonhei, ou melhor, pesadelei. Minha mãe com olhos de botão?? Tá doido.
S-I-N-I-S-T-R-O ....
            Você pinta esse universo de cemitério em tons de cinza, preto, marrom... mas e o bebê? Todo rosadinho... rsrs. Mas Gaiman consegue. O texto dele se torna repetitivo em algumas ocasiões, mas não cansativo; fica até engraçado. A leitura flui que é uma beleza e o que gostei muito são os vários ensinamentos que o menino Nin tira da convivência com cada morador do cemitério. Olha o que sr. Trot lhe disse um dia
 “... – Ah, ouça-me, jovem Leandro, jovem Hero, jovem Alexandre. Se nada ousar quando o dia terminar, não terá conquistado nada.” Pág. 250
Ou seu guardião Silas
“... É como as pessoas acreditam que serão mais felizes se elas se mudarem para outro lugar, mas que logo percebem que não é assim que funciona. Para onde quer que você vá, leva a si mesmo. Acho que está me entendendo.” Pág. 116
Nin e sua curiosidade suprema conversando com o seu guardião Silas
            Apesar de o personagem ser uma criança, Nin tem todo o amadurecimento precoce devido as circunstâncias, o que o transforma em uma criança reflexiva, sendo engraçado em alguns momentos
“ – Bom – disse ela. – Existem átomos, que são as coisas pequenas demais para se ver, que é do que todo mundo é feito. E tem coisas que são menores do que os átomos, e isso é física de partículas.
Nin assentiu e concluiu que o pai de Scarlett devia se interessar por coisas imaginárias.” Pág. 52
Lembrei de você Gisele!! J
            Nin vive situações de perigo que o ensina a ser cauteloso, obediente e previdente. Mas ele cresce. Precisa crescer. E viver no mundo dos vivos. Será?

            Uma leitura super recomendada! Para todos!


 

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