[RESENHA DE TINTA] Minha Querida Sputinick



Título Original: Sputinik Sweetheart
Autor: Haruki Murakami
Páginas: 175
Tradutor: Ana Luiza Dantas Borges
ISBN: 9788579620737
Editora: Alfaguara Brasil
Ano: 2014
Nota: 3/5
Sinopse: Em MINHA QUERIDA SPUTNIK, Murakami nos apresenta um Japão urbano de bares de jazz, cafés, Jack Kerouac e Beatles, numa trama que combina com mestria romance de mistério e filosofia, em uma instigante história de amor que conduz o leitor a uma profunda reflexão sobre o desejo humano. 
O livro, com mais de 600 mil exemplares já vendidos no Japão, conta a história de Sumire, uma jovem de 22 anos que se apaixona pela primeira vez. Uma paixão avassaladora que tem como alvo Miu, uma mulher casada e 17 anos mais velha. Mas, enquanto Miu é uma mulher glamourosa e bem-sucedida negociante de vinhos, Sumire é uma aspirante a escritora que se veste e se comporta como um personagem de Jack Kerouc mas que, em nome do desejo, é obrigada a dar outro rumo a sua trajetória. 
Surpresa por afinal descobrir essa sua inclinação sexual, Sumire passará horas ao telefone com seu melhor amigo, "K", falando sobre as grandes questões da vida. "K" — o narrador da história —, por sua vez, cultiva uma paixão não correspondida pela colega de faculdade. Sumire desaparece misteriosamente e, depois de receber um telefonema desesperado de Miu, de uma ensolarada ilha grega, pedindo-lhe ajuda, "K" descobre que alguma coisa muito estranha aconteceu. Somente ao voltar para sua casa no Japão é que ele, finalmente, conseguirá decifrar sua amada e também uma real compreensão da solidão humana. 
Murakami conduz a trama de uma maneira aparentemente simples, mas que o leitor, a cada página, vai descobrindo uma narrativa sofisticada — que permite ao narrador se dirigir diretamente ao leitor para se apresentar e colocar em discussão questões existenciais e filosóficas. Um livro recheado de nuances, recursos de estilo e reversão de expectativa que permitem ao romance transformar-se, de uma simples história de amor, em uma história de mistério, com um desfecho surpreendente.

Resenha:
Ao começar essa resenha tenho que dizer que não era esse o livro que eu pretendia ler. Eu pretendia ler 1Q84. Eu comecei a ler mas como estava achando o livro um tanto "esquizofrênico". Fui procurar informações e vi muita gente dizendo que ele tem claras referências a 1984 - Orwell e como eu não o li, (shame on me) preferi parar e escolhi Minha Querida Sputnik para conhecer o mundo de Marukami.

O livro é narrado por K, um professor de história de 25 anos, apaixonado por sua amiga Sumire que é o objeto da narrativa.
Sumire é uma jovem que tenciona ser escritora, tem muitas ideias, mas não consegue costurar suas histórias. Ela escreve sobre fatos, sentimentos, pessoas mas não consegue conectar suas ideias.
K e Sumire são amigos, o que não impede de ele ser completamente apaixonado por ela, mas não é da paixão de K por Sumire de que se trata o livro, ou pelo menos não totalmente, e sim da paixão de Sumire, por uma mulher 17 anos mais velha do que ela, Miu, que conheceu em uma festa de casamento.
Se descobrindo homossexual, Sumire passa a ter várias conversas de cunho filosóficos com seu amigo K sobre a vida, o amor e a solidão. Ela que é apreciadora dos romances beats de Kerauc,gostaria de ser uma personagem dos seus livros - selvagem, fria, devassa.
Para tentar chegar até Miu, Sumire terá que mudar essa postura, se transformando em outra pessoa com novos hábitos, novas roupagem, novos pensamentos, ou melhor sem pensamentos. Sumire só consegue escrever quando pensa, e durante seu "relacionamento" com Miu, ela não escreve e portanto não pensa, se transforma em outra pessoa e segue o fluxo dessa paixão.
Até esse ponto, a leitura passa uma imagem de triângulo amoroso platônico, um romance sem final feliz. Porém, durante uma viagem a Grécia acompanhada de Miu, Sumire some misteriosamente e a história ganha um viés de romance policial.Conforme a trama vai se desenrolando, alguns aspectos sobrenaturais vão sendo lançados na história como metáforas para os sentimentos dos protagonistas.
Tal qual o programa espacial Sputinik, mais especificamente a missão Sputinik II que levou a cadela Laika ao espaço e que em função das características da sua órbita, passava sempre na mesma hora nos mesmos lugares, sendo facilmente identificado no céu a olho nu mas que diferente do que muita gente acredita, teve sua reentrada na Terra em 14 de abril de 1958, se tornando  muitas vezes mais brilhante do que Vênus e deixou atrás de si uma grande quantidade de fragmentos brilhantes e um rastro luminoso, e finalmente se extinguiu, assim Sumire é vista por K, alguém que necessita se desconectar (talvez do mundo?) para que alcançasse seu êxtase, sua apoteose.

Laika, sacrificada pelo futuro da humanidade. Saiu da vida para entrar na história (by Getulio Vargas).

O final da trama é abrupto e eu acho que merecia um desenrolar um pouco mais bem construído.
A escrita de Muramaki é diferente, mas eu acho que não consegui absorver completamente o que ele quis passar, talvez por pouco conhecimento das referências literárias e musicais do livro que por sinal, são todas ocidentais.
De qualquer maneira, não achei o livro magnífico. Com certeza diferente do meu hábito literário, mas por essa história não consegui enxergar o tão especial ele é considerado como autor. Espero melhorar meu conceito na leitura de 1Q84.

"...Porém muitas vezes vi pessoas que diziam se magoar facilmente, magoarem o outro sem uma razão aparente. Gente que se diz franca e aberta, sem se dar conta do que está fazendo, usa descuidadamente alguma desculpa oportunista para conseguir o que quer. E aqueles 'bons em sentirem os verdadeiros dos outros" são enganados pela bajulação mais transparente. É o bastante para me fazer perguntar: O quanto realmente nos conhecemos?"
Espero que tenham gostado e que na leitura, realmente entendam melhor o livro...

bjs,


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