[Resenha de Tinta] Jardim de Inverno

Título originalWinter Garden
Autor: Kristin Hannah
Tradução: Sylvio Monteiro 
Número de Páginas: 416
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581630359
Ano: 2013

Sinopse:
Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.

Resenha:
Existem livros que prendem a gente do início ao fim. Livros que tocam a gente, mais do que conseguimos explicar. Faz muito tempo que não leio um livro desses. O Jardim de Inverno me tocou mais do que com certeza conseguirei expressar aqui. Mas vou tentar.
Meredith e Nina são duas irmãs que cresceram com uma mãe fria e distante. Como toda criança, sempre tentaram atrair o amor da mãe, fazer com que ela se orgulhasse delas e lhes retribuísse o amor que desprendiam, mas sem sucesso. Pouco a pouco, com todas as mágoas, as duas desistem de fazer este desejo se realizar. Seu pai sempre fora o porto seguro das duas, e todo o carinho que elas tiveram veio dele.
As irmãs crescem e seus destinos são totalmente distintos: Meredith se torna administradora do negócio da família, e se dedica ao marido, as filhas e ao trabalho todo tempo. Já Nina é fotógrafa e roda o mundo, não tem família e gosta de viver sozinha, apesar de ter um namorado.
Então, o pai das duas adoece. Nina volta da África para ficar com seu pai, e ele pede, em seus últimos momentos de vida que sua mãe termine o conto de fadas que lhes contava quando elas eram pequenas... Faz Nina prometer que conhecerá a história toda e Meredith que cuidará de sua mãe. Sendo as duas tão diferentes, logo começam os desentendimentos, e ambas falham em suas promessas, inicialmente.
Nina entretanto não consegue seguir a vida sabendo que não cumpriu o último desejo de seu pai. Assim, começa a tentar tirar de sua mãe a história. E ela conta...
Como mãe, não pude deixar de me emocionar com a história de uma mãe, filha, esposa, irmã e mulher, lutando contra o frio, a fome, a guerra, o medo e a morte para salvar sua família. Quem é mãe sabe que fazemos tudo por nossos filhos, que não há limites para o amor que sentimos, e que nada no mundo pode nos fazer parar, se a batalha é para eles. Anya é um retrato de mulher que sofreu, se quebrou, e seus pedaços nunca foram suficientes para ser a mulher que costumava ser. Um retrato lindo de como o ser humano pode resistir, não só por ele, mas pelos outros.
Há ainda o ponto de vista histórico que eu amo, um retrato da Rússia antes e durante a Segunda Guerra, que é muito interessante de se entender. Foi uma época obscura no país, e muitas pessoas não sobreviveram para contar o que aconteceu.
A história é bem construída, mesmo com as idas e vindas, a mescla com o passado e o presente de Anya. Os personagens tem características muito particulares, são bem construídos, e sentimos os problemas e as ânsias deles. Com toda certeza em algum momento você vai odiar Meredith, Nina e Anya, pois elas possuem todas aquelas falhas que um dia existiram, existem ou existirão em nós. Mas elas também possuem o amor que todos nós possuímos.
Sem dúvidas, uma das melhores leituras deste ano. Muitíssimo recomendado.



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