Resenha de Tinta: A magia do silêncio


PARCERIA ARQUEIRO

Páginas: 160
Ano: 2018
Sinopse:
Celebrada como uma nova e original voz do budismo, a monja francesa Kankyo Tannier parte de sua rica experiência pessoal para nos mostrar o poder transformador da prática do silêncio.
Escrito com sensibilidade e a dose certa de humor, A magia do silêncio traz dicas, meditações e exercícios práticos para incluir pequenos intervalos de paz na agitação do dia a dia.
Ao fazer essas pausas, os sentidos despertam e voltam a se abrir para as maravilhas escondidas na vida cotidiana.
"Kankyo Tannier apresenta um caminho real para a calma imediata. Após alguns minutos de prática, sua respiração fica mais tranquila e você se sente mais presente (funciona mesmo, nós testamos)." – Cosmopolitan

Resenha:
Você sabe o que é silêncio? Sabe mesmo?
Não basta apenas a ausência de sons, é necessária a própria percepção disso, mas para eu ter essa percepção preciso pensar e se eu estou pensando, minha mente está em atividade, então nesse caso, ainda não consegui chegar lá!! Será mesmo? Complexo, né?
Realmente parece, mas depois da experiência dessa leitura, o silêncio não é algo para ser contemplado como uma utopia, ele simplesmente acontece e, pasmem, pode estar em qualquer lugar! Até nos mais ruidosos!!


Kankyo Tannier é uma "monja zen-budista" francesa, que escreve para um blog, usa redes sociais, escreve artigos para revistas, apresenta palestras e também atende como hipnoterapeuta, professora de canto e oratória e (ufa!) ainda faz trabalho voluntário como cuidadora de cavalos. O que já nos leva a um outro assunto que eu também amo: os paradoxos dos rótulos!
Sua história é baseada no período em que esteve por quase dezesseis anos em retiros budistas de toda a França e outras partes do mundo, praticando uma vida monástica intensa; e depois nos trouxe suas experiências mais interessantes, e principalmente, mais significativas para nossa vida cotidiana.
Quando pensamos em silêncio, sempre somos levados a crer que depende do ambiente, mas Kankyo nos prova que não é bem assim.
Claro que se você tentar meditar numa creche com muitas crianças gritando e chorando juntas, não será tão fácil como seria numa biblioteca, não é?! Mas eu não disse que não é impossível.
No decorrer da leitura, vamos entendendo e exercitando (sim, temos exercícios para aplicar no dia a dia) a prática do silêncio interno. Aquele que só depende de você e de você, somente.
Um silêncio das palavras, mas também dos pensamentos (reduzindo julgamentos e críticas internas), dos olhos (evitando o excesso de informações) e do corpo (reencontrando o prazer de estar presente a cada momento).
Esse livro me ajudou e ainda ajuda muito, nessa busca de paz e silêncio interior. Antes eu praticava (ou achava que praticava) a técnica da "audição seletiva", mas no fundo acho que só fingia demência e deixava a onda passar, mas não sem a absorver, mesmo que pouco.
A maior diferença agora é que essa onda realmente passa através e não sobre você, e não é preciso fingir demência, basta desfocar do excesso e deixar o pensamento realmente solto, isso se chama esquecimento sonoro.
Tipo isso... hehehe

Falar e escrever é muito fácil mas na prática (e demanda muita mesmo!!) não é tão difícil.
Eu, particularmente, tenho receio de ir a lugares em que eu seja conhecida e precise cumprimentar e conversar com muitas pessoas, especialmente quando estou na pele da "Dra.", isso é realmente estressante pra mim, e fujo sempre que posso...

O exercício é fixado em algumas questões: "Como ficar em silêncio ao lado de outra pessoa? Como estar presente na sociedade sem usar palavras? Como agir de maneira que meu corpo manifeste serenidade e presença?" Pág 33.

Então como não é sempre que posso, fui praticar um pouco. E percebi que não preciso estar tensa por socializar, apenas me deixei ficar em silêncio ao invés de me cobrar para participar das conversas. O que antes poderia ser um silêncio de frustração e até de contrariedade, passou a ser um silêncio absortivo e contemplativo. Me senti menos pressionada e mais serena.
Não sei se as pessoas em volta me acharam dispersa ou aborrecida, mas o retorno do marido, que é um dos que mais me conhece, foi ótimo! Fiquei orgulhosa de mim.


Apesar da minha timidez ser um fator que já contribuía muito para isso, sempre amei o silêncio e principalmente o estar e permanecer em silêncio, de preferência sozinha. Sou flegmática, falo baixo e não grito, nunca mesmo! E apesar disso, ainda senti diferença com esse acréscimo de quietude na minha mente. Veja bem, o nosso raciocínio permanecerá rápido e as ideias ainda aflorarão à mente dentro do nosso diálogo interno, mas isso é somente um contraponto dentro desse silêncio, o que não quer dizer que você precise estar numa situação de silêncio absoluto (que é praticamente impossível) ou numa crise de zumbinismo, certo?!
Se você tem uma mente barulhenta ou se sente desconfortável com a ausência de estímulos, eu te desafio a tentar.
A prática do silêncio verbal se choca cruelmente com nossa necessidade de ser vistos e ouvidos. E é por isso que algumas pessoas - sem dúvida mais sensíveis ao olhar do outro - se sentem pouco à vontade quando precisam permanecer em silêncio. Pág 90
Obrigada pela visita e não bata a porta quando sair...








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