Resenha de Tinta: Antes que eu vá

Título: Antes que eu vá
Nota:3/5
Edição:1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580570595
Ano: 2011
Páginas: 368
Tradutor: Rita Sussekind
Sinopse: Samantha Kingston tem tudo: o namorado mais cobiçado do universo, três amigas fantásticas e todos os privilégios no Thomas Jefferson, o colégio que frequenta — da melhor mesa do refeitório à vaga mais bem-posicionada do estacionamento.
Aquela sexta-feira, 12 de fevereiro, deveria ser apenas mais um dia de sua vida mágica e perfeita. Em vez disso, acaba sendo o último. Mas ela ganha uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver aquele dia vezes seguidas, Samantha desvenda o mistério que envolve sua morte — descobrindo, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder.



Olá, Leitores.
Diz o ditado que na vida nada se cria, tudo ou quase tudo se copia. É dessa maneira que eu tenho visto os últimos lançamentos cinematográficos. Talvez nunca na história do cinema mundial tenha se visto tantos filmes baseados em livros como atualmente. 
Antes que eu vá é uma das últimas apostas do gênero "biblio-cinematográfico". Apresentado no festival de Cannes, tem estreia prevista para 03/03/2017.
Aproveitando que já li o livro tem um tempinho, conto minha experiência para aqueles que não tiveram essa oportunidade e desejam conhecer um pouco mais da história antes de decidirem se irão ou não gastar seu rico dinheirinho ( porque cinema está caro!) nas salas de projeção no próximo ano.

Samanta Kingston é uma típica adolescente americana que superado os desafios iniciais da adolescência, graças à amizade rapidamente travada em uma festa com Lindsay, a bambambã do colégio, e consegue tudo o que sempre quis. É popular, namora um dos gatos do time de futebol americano da escola, tem amigas que ela acha o máximo.
Naquele dia 12 de fevereiro, Valentines Day, tudo o que Sam quer é perder a virgindade com o seu “super namorado”, além de ganhar muitas rosas no chamado “dia do cupido”- Evento que ocorre no seu colégio e que mede a popularidade das pessoas.
O que Sam não esperava é que sua vida terminasse nesse dia sem que ela concluísse seus planos.
O livro começa com Samantha descrevendo como é a morte, e o que ela sentiu no momento, das lembranças que não a agradaram  e estranhamente acordando novamente no seu quarto, revivendo todo o dia da sua morte. A princípio Sam acredita ter sonhado ou estar recebendo uma chance de conseguir não morrer, mas quando o dia acaba e tudo torna a acontecer, Sam percebe que antes de ir tem que mudar algumas atitudes, a fim de se libertar.
E isso acontece 6 vezes. O que  torna o livro um pouco enfadonho. A cada capítulo eu ficava me lembrando da música Cotidiano do Chico Buarque:
"Todo dia ela faz tudo sempre igual  Me sacode as seis horas da manhã. Me sorri com um sorriso sensual e me beija com a boca de hortelã..."
 Por seis capítulos- um capítulo por dia - já que o primeiro não conta, é o dia D - vemos Sam tentar mudar algumas atitudes, tentando consertar atos que cometeu contra seus amigos e conhecidos da escola, com relação a seus pais e sua irmãzinha e principalmente com relação a seu amigo Kent e a Juliet, uma menina que sofre bullying liderado pela pela melhor amiga de Sam.
Alguns dirão que Sam era má e que sua morte foi merecida. Eu não enxerguei assim, Sam é apenas uma adolescente, que lógico tem atitudes muito próprias da idade e que morre acidentalmente. Não vi motivo para que ela fosse “castigada” para que revivesse sempre o mesmo dia a fim de “expiar” seus pecados.
E até Sam mostra esse pensamento:

“Sei que alguns de vocês devem estar pensando que talvez eu mereça. (…) Mas antes que comece a me acusar, permita-me fazer uma pergunta: O que fiz foi realmente tão ruim? Tão ruim que eu merecia morrer por isso?
Tão ruim que eu merecia morrer assim?
O que fiz foi realmente tão pior do que o que todo mundo faz?
É realmente muito pior do que o que você faz?
Pense a respeito.”

Acho que a ideia da autora era chamar a atenção dos adolescentes para questões como bullying, bulimia, relacionamentos amorosos errados, relacionamento com os pais e acho que ela conseguiria  lindamente, se  o livro não fosse tão cansativo. Afinal, ler várias vezes a mesma coisa não tornou o livro interessante. É bonito, mas chato.
O melhor do livro está na revelação final e no modo como ele termina em aberto, mas até isso é estranho, pois conforme Sam brinca de sete erros, muda de atitudes, ficamos sem saber se essas atitudes geraram algum tipo de conforto nas pessoas, se o que ela mudou efetivamente fez algum bem ou se ela deveria apenas encontrar a missão de sua existência para concluir sua vida.
Um belo livro, voltado para o público adolescente, e que te faz pensar sobre: 
E seu morresse agora? Do que as pessoas iriam se lembrar? 
Mas eu só recomendo para quem tem extrema paciência.

Acredito que a adaptação vá cortar alguns desses dias e vá mostrar uma mudança na vida de alguns dos personagens, arredondando assim a história. Esse é só um palpite, vou ter que esperar para ver... Enquanto isso, que tal dar uma olhada no trailer?

E vocês estão animados com a adaptação?
Se gostou não esqueça de marcar uma reação e deixe um comentário!
Até mais, 

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