Resenha de Tinta: Eu, Robô

DESAFIO ALFABETO LITERÁRIO - JUNHO

Autor: Isaac Asimov
Número de Páginas: 320
Editora: Ediouro
Ano Publicação: 2004
ISBN: 8500015292
Nota: 4/5

Sinopse:
Eu, robô é parte de uma das três grandes séries de Asimov Robôs, Fundação e Império. Retoma uma das personagens principais, a grande roboticista Susan Calvin, e a faz contar, em retrospecto, histórias que resumem a evolução da robótica. A narrativa engenhosa conduz o leitor com um didatismo disfarçado: levados pela imaginação e pelo humor de Asimov, nem nos damos conta da lição de história da robótica que acabamos aprendendo. Continue lendo...


Resenha:
            Esse livro é composto de vários contos relacionados. A história começa quando um repórter da Imprensa Interplanetária surge na U.S. Robôs para entrevistar a Dra. Susan Calvin, a primeira robôpsicóloga e um dos pilares da indústria robótica. E agora, no momento em que está se afastando do trabalho, as pessoas querem conhecer sua opinião sobre o lado ‘humano’ das máquinas.
“... – Eles deviam saber disso desde o começo. Vendíamos robôs para uso na Terra naquela época, antes do meu tempo. É claro que isso foi antes que os robôs pudessem falar. Depois eles se tornaram mais humanos e a oposição começou. Os sindicatos, naturalmente, se opunham a que os robôs competissem com os trabalhadores humanos, e vários segmentos religiosos também se opunham com base em suas superstições. Tudo muito ridículo e muito inútil. E, no entanto, lá estava.” Pág. 21
            Dra. Calvin os via como uma nova espécie, melhor do que os humanos, mais estável e confiável. E sabia que a grande maioria da humanidade somente os via como “metal e engrenagens; eletricidade e pósitrons, mente e ferro! Feito pelo homem e, se necessário, destruído pelo homem!”
            Mas na verdade não era bem assim...
            A primeira história fala de Robbie, um robô não-vocal que foi vendido como babá. Mas a mãe da menininha, passado o período de novidade, começou a temer a máquina. Mas a menina, Glória, já tinha tanto amor por aquele monte de ferro que sabia que Robbie nunca lhe faria mal. Mas a mãe tinha essa certeza
“... – Agora me escute, George. Eu não quero confiar minha filha a uma máquina. E não me importa o quão esperta seja. Ela não tem alma e ninguém sabe o que pode estar pensando. Uma criança não foi feita para ser guardada por uma coisa de metal.” Pág. 31
            E então, ela consegue se livrar de Robbie e a pequena Glória se afunda em um mar de tristeza e melancolia por saudade de seu amigo.
            Mas várias situações vão acontecendo e em determinada circunstancia, a mãe percebe o que tinha feito.
            E cada lembrança da Dra. Calvin vai se tornando uma nova história, nos mostrando e explicando toda a complexidade da vida com os robôs, mas sem perder o bom humor nunca.
            Vários contos tem como personagens principais a dupla de engenheiros de campo Gregory Powell e Michael Donovan. Eles se envolvem em várias situações inusitadas e muito, muito engraçadas com alguns robôs piradinhos
“... – Bem, ele não pegou a mania de religião nem está correndo em círculos declamando Gilbert e Sullivan, assim eu suponho que ele esteja normal.” Pág. 111
            Uma história vai puxando a outra. Também temos o Dr. Alfred Lanning como o presidente da U.S.Robôs em alguns contos.
            A história de Isaac Asimov é incrível! Esse livro foi escrito em 1950. A mente desse homem era algo prodigioso.
“ Isaac Asimov tinha 19 anos de idade quando começou a escrever suas histórias sobre robôs. Era o ano de 1939, a Segunda Guerra Mundial estava começando e Asimov era um estudante que escrevia contos para revistas, tentando ganhar um dinheiro extra para suas despesas. Ele criou a palavra “robótica”, que não existia, e desenvolveu as famosas três Leis da Robótica que se tornariam um marco da literatura de ficção cientifica.” Pág. 7
Impressionante.
Adorei essa leitura. No início, fiquei receosa por causa do estilo do autor, mas Asimov tem uma escrita superleve e descontraída. A leitura flui e a forma de um conto ter um gancho para o próximo dá uma sensação de continuidade e consistência.
            Quanto ao filme homônimo, nada a ver. Nada mesmo. Somente os nomes de Susan Calvin e Alfred Lanning. O fato do robô Sonny ter consciência de sua existência de um modo mais ‘humano’ me lembra alguns contos. Mas o filme não é ruim. Eu gosto. E tem o Will Smith né...rsrs.

            Bom, leitura mais do que recomendada!





3 comentários

  1. Chocada! Não sabia que o livro era de contos, sabia que não tinha nada a ver com o filme, mas achei que fosse uma estória só.
    Ótima resenha! Com certeza vou ler, ainda mais agora que sei que são contos :)

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  2. Adorei o livro. Bem diferente do filme, o que no meu caso foi bom porque achei o filme meio sem graça. Quero ver se leio os outros livros dessa série.

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  3. Nossa que surpresa saber que o filme não tem nada a ver com a história do livro. Vi o filme e adorei, achei a reflexão super válida. Agora fiquei curiosa para ler o livro e fazer toda essa reflexão mais aprofundada. Valeu pela dica e parabéns pela leitura!!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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Agradecemos pelo comentário!