[Resenha de Tinta] A Escola de Magia e Outras Histórias

Autor: Michael Ende
Título Original: Die Zauberschule
Tradutor: Vera Barkow
Número de páginas: 256
Editora: Martins Fontes
ISBN: 9788533606326
Ano: 1997
Nota: 5/5

Sinopse: Michael Ende, famoso como autor de romances infanto-juvenis, também escreveu contos maravilhosos e fábulas infantis. Este livro reúne essas histórias, magnificamente ilustradas por Bernhard Oberdieck.

Resenha:

Da série: Livros que eu deveria ter lido quando criança e que acho que toda criança deveria ter o direito de ler!

Sou meio alucinada no Michael Ende desde que assistia os filmes A História Sem Fim. Li o livro pelo Círculo Viajante que deu origem a este blog. Um tempo depois a autora de Deusa de Anília e Outras histórias me emprestou ‘Momo e o Senhor do Tempo’ e no último pic-nic do pessoal do LV Rio eu vi esse livro da Escola de Magia passando de mão e gritei: ‘De quem é? Empresta?!’. Como a dona é a minha eterna AS (amiga-secreta) Sammy do Retalhos Assimétricos é claro que ela me emprestou ^^

O livro é uma coletânea de contos. Alguns eu adorei, como o que dá nome ao livro, outros me deixaram meio ‘não sei como me sentir’. Não vou falar de todos os contos até porque cada pessoa acaba reagindo diferente, esse é o poder do autor. Vou falar do meu favorito e do que mais me deixou sem saber se gostei ou não.

Meu favorito é o conto que dá nome ao livro ‘A Escola de Magia’. Cheguei a perguntar à Celly Borges autora do livro ‘O menino que perdeu a magia’ se ela já tinha lido também (ela é outra fã), mas não, ela ainda não leu. Ainda assim ela me parece ser uma discípula do Michael. A ideia da Escola de Magia e do Menino é a mesma: se você acreditar você consegue fazer. Cheguei a fazer um histórico no meu Skoob desse conto: 

"Livro perigosíssimo! E se uma criança acreditar nas histórias e resolver que deve ser verdadeira com sua própria natureza assim os seus desejos vão se realizar?! Absurdo! Ela viveria infeliz na nossa sociedade cortadora de sonhos #coitada". 

No conto o narrador passou um tempo na Escola de Magia aprendendo para depois voltar ao nosso mundo. Lá as crianças capazes de fazer magia são ensinadas a controlar esse ‘poder’. A principal lição é que você só pode realizar magia se for verdadeiro consigo mesmo. Dá para imaginar viver nesse nosso mundo caótico sendo totalmente verdadeiro consigo mesmo? Daí minha crença de que toda criança deveria ler esse livro e ser ensinada a ser verdadeira e mudar essa nossa triste realidade.

O conto que eu não sei como me sentir é o ‘O Longo Caminho para Santa Cruz’. Conta a história de Hermano que está sofrendo de ciúmes da irmã mais nova que está doente. E ele tem o mau hábito de se atrasar para a escola. No conto ele está indo para a escola, irritado que os pais não lhe dão atenção e no meio do caminho a imaginação dele lhe prega mil peças. Ele acaba se metendo em diversas confusões além de se atrasar irremediavelmente para a escola. No fim seu pai conta a história do ‘Caminho para Santa Cruz’ e tudo acaba bem. Mas eu não sei bem como me sentir. Se por um lado é um crime cortar a imaginação da criança, por outro, a mesma imaginação fértil o deixa inapto a andar sozinho na rua. Muitas vezes ele deu sorte, mas coisas horríveis poderiam ter acontecido. Como lidar com isso? Tenho minhas dúvidas se mesmo após o desfecho do conto ele mudaria o jeito de ver o mundo. Não que ele não possa ter imaginação, mas nem um pingo de senso de responsabilidade??? Por isso esse conto me deixou dividida.

Há outros assim ao longo do livro, assim como há outros que também gostei bastante. Minha meta de vida é ler todos os livros do Michel Ende. Esses dias vi uma foto da coleção da Celly Borges, achei linda, olha só:

Coleção da Celly, o medalhão foi comprado no Mercado Livre