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Autor: Michael Ende
Tradução: Maria do Carmo Cary
Número de Páginas: 392
Editora: Martins Fontes
ISBN: 8533607563
Ano: 1979
Nota: 10/10
Sinopse: "A História sem Fim" é a mágica
aventura de um garoto solitário que passa através das páginas de um livro para
um reino muito particular, o reino de Fantasia. Nesta terra imaginária, numa
busca original e cheia de perigos, Bastian descobre a verdadeira medida de sua
própria coragem e aprende também que até ele tem capacidade para amar. O texto
impresso em duas cores, verde e vinho, as belas ilustrações das aberturas dos
capítulos completam o clima de encantamento que envolve o leitor.
Resenha:
Um livro que povoou a infância de
muita gente (a minha não) e que provavelmente foi a base de muito
autor de livros fantásticos. Eu só vim a ler agora e quando terminei suas 392
páginas fiquei pensando “ porque demorei tanto a ler esse livro?? É muito
bom!!”
Quando a história começa a falar das
paixões humanas e os desvarios que são feitos por conta, já imaginei um livro
um tanto reflexivo e tedioso, mas quando descreveu a paixão de
Baltasar...amei!!
“... quem nunca passou tardes
inteiras diante de um livro, com as orelhas ardendo e o cabelo caído sobre o
rosto, esquecido de tudo o que o rodeia e sem se dar conta de que está com fome
ou frio...” pág. 6.
Só quem tem o mesmo sentimento em
relação aos livros entende Baltasar! \o/
O livro é de uma riqueza de detalhes
impressionante! Fiquei tão envolvida na leitura de uma forma que não ficava
fazia tempo. É claro que há outros livros com histórias maravilhosas, todas
descritas de forma incrível, mas, não sei... alguma coisa me tocou muito nesse
livro. Comecei o livro tendo pena do Baltasar, depois fiquei feliz, depois com
muita raiva e aí aquela sensação 'bem feito'! Mereceu! E então a admiração pelo
crescimento emocional e finalmente o final... uma montanha-russa!
Bastian começa a se envolver na
história logo no início e sabe aquela coisa de interagir com o livro? (Não? Eu
faço muito isso!), pois é. Ele começa a torcer pelo Atreiú e quer ajudar na
Grande Busca e tal...
Então de repente, ele percebe que
pode ajudar! ... e fica com medo. E eu percebi que isso é real! Parei para
refletir sobre meus sonhos e desejos e o quanto alguns são, de certa forma,
impossíveis, mas, e se acontecesse?
“... naquele momento, Bastian
fez uma importante descoberta: podemos estar convencidos durante muito tempo –
anos talvez – de que queremos alguma coisa, se soubermos que nosso desejo é
irrealizável. Porém, se de súbito nos vemos diante da possibilidade de este
desejo ideal se transformar em realidade, passamos a desejar apenas uma coisa:
nunca tê-lo desejado...” pag. 172.
Acho que, quando o autor fala da
perda das lembranças a cada novo desejo realizado, entendo que, às vezes
queremos tanto mudar alguns aspectos em nossa vida que, quando isso acontece,
acaba-se perdendo um pouco de sua essência, seus princípios e de repente,
quando percebe, é uma outra pessoa apoiando-se em novos alicerces, expressando
novas opiniões e isso é bom, se, e somente se, essas mudanças não abalarem a sua
base comportamental, o que você é inconscientemente... seu verdadeiro eu... sua
Verdade Absoluta.
Então quando você desejar algo de
verdade, não tenha medo e, principalmente, pense em quanto esse desejo quando
realizado, mudará você.
O crescimento de Baltasar foi
gradual e sofrido. E em muitos momentos, por ter esquecido quem era, se
comportava como alguém arrogante, cruel e vingativo. Mas ele aprendeu. Aprendeu
com o remorso e com uma saudade ensandecida de algo que não lembrava mais!
“... enquanto contemplava a
imagem colocada sobre a neve, Bastian sentiu muita saudade daquele homem que
não conhecia. Era um sentimento que vinha de muito longe, como uma onda do mar
que ao longe parece inofensiva, mas que, à medida que vai se aproximando se
transforma numa parede de água da altura de uma casa, que arrasta tudo consigo.
Bastian quase se afogou nessa onda de saudade, e teve de fazer um esforço para
respirar.” Pág. 372.
Um detalhe que achei muito, muito
legal nesse livro é os vários “ganchos” para novas histórias... genial!
“... pois Iicha encontrou mesmo
o alado corcel branco e casou-se com ele. Mais tarde teve um filho, um macho
branco, alado, chamado Pataplam. Esse filho havia de dar muito que falar em
Fantasia. Mas essa é uma outra história...” pág. 300.
E por aí vai...
Nossa, escrevi um monte, mas é que
gostei muito desse livro de uma forma diferente dos outros. Foi uma experiência
tocante.
Leiam!
Não irão se arrepender!
OI Sandra!
ResponderExcluirEsse é um dos meus livros favoritos, e provavelmente a razão por eu ser apaixonada por literatura fantástica até hoje. Li pela primeira vez quando tinha uns 11/12 anos, assisti todos os filmes (mas só recomendo o primeiro) e desde então perdi a conta de quantas vezes eu li. Sempre que não encontrava algo para ler, lá ia eu ler de novo. Minha relação com o Bastian é como a sua: pena, torcida, raiva... Mas como você disse, só entende quem ama os livros, como nós.
Beijos!
Fê
Meu irmão é amarrado nesse filme! Tenho certeza de que ele gostará muito do livro.
ResponderExcluirParabéns pela resenha!