[Resenha de Tinta] Malcolm X - Uma vida de reinvenções

Título original: Malcolm X: A Life of Reinvention
Autor: Manning Marable
Tradução: Berilo Vargas
Número de páginas: 672
Editora: Companhia das Letras
Ano:2013
ISBN: 9788535922677
Nota: 4/5
Sinopse:


Numerosas personagens compõem as metamorfoses sofridas por Malcolm Little, o franzino filho de uma família de negros pobres nascido numa pequena cidade do Centro-Oeste americano, até sua conversão decisiva em Malcolm X, o religioso muçulmano e incendiário combatente da revolução mundial que morreu como apóstolo da paz entre os povos. Antes de se tornar um interlocutor de guerrilheiros, intelectuais, teólogos e primeiros-ministros ao redor do planeta, o mártir pioneiro dos direitos civis nos Estados Unidos foi sucessivamente Homeboy, Jack Carlton, Detroit Red, Big Red e Satan; Malachi Shabazz, Malik Shabazz e El-Hajj Malik El-Shabazz. Esses nomes de sonoridades e sentidos tão contrastantes entre si indicam os rumos contraditórios assumidos pela vida de Malcolm até o encontro definitivo com o Islã, que o levaria ao ativismo político. Ladrão, agenciador de prostitutas e viciado em drogas na década de 1940, quando também conheceu os horrores da prisão, ele abandonou o crime para abraçar com sua oratória brilhante, amparada em leituras autodidatas e nos ensinamentos do Corão, uma luta sem quartel contra o racismo e a injustiça social. Entretanto, como demonstra Manning Marable, a mesma personalidade profundamente contestadora sempre esteve por trás das diversas máscaras sociais usadas por Malcolm. Numa narrativa minuciosa, o autor acompanha os passos desse gigante afro-americano ao longo de dezenas de cidades dos Estados Unidos, além das viagens à África, à Europa e ao Oriente Médio como porta-voz da revolta dos descendentes de escravos e dos direitos dos oprimidos.

Resenha: 
O livro em questão está mais para uma revisão da autobiografia de Malcolm  do que a própria. Porém, baseada nos comentários de Mannegan, acho que compensa ler esse ao original. 
Mas, como Lana, uma biografia pode ser melhor que uma Autobiografia?? OK, já explico!
É sabido que Malcolm foi um marco na luta contra a opressão ao povo negro dos EUA na década de 50 e 60 e que baseado na doutrina islâmica, pregava a independência da negritude americana, tendo se destacado por sua inteligência e habilidade para discursos e debates. Até aí tudo certo. 
A questão é que Malcolm tinha um ego extremamente inflado e com sua autobiografia tinha mais interesse em construir uma lenda do que contar a sua história propriamente, e é só lendo essa revisão que passamos a conhecer detalhes de um caso com uma mulher branca que o mesmo extorquiu até quando teve necessidade, seus relacionamentos homossexuais, a grande ajuda de um parceiro de religião que nunca chegou a ser citado para que não precisasse dividir os créditos na época e muito mais. Chocante não é?

Autobiografia original ligeiramente e convenientemente alterada.

Mas nada disso diminui o valor da importância de Malcolm para o seu tempo e para os tempos de hoje, até mesmo porque a discriminação racial nunca deixou de ser um problema. Somos ainda uma comunidade racista que cada vez aumenta mais o nível de intolerância ao diferente.
Ótima leitura, um pouco pesada por ser extremamente detalhista. Recebeu o Pulitzer em 2012. Indico!

Leitura para o desafio literário do Skoob.





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