[RESENHA DE TINTA] Belleville

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Há sempre uma palavra que nos une.
Autor: Felipe Colbert
Número de Páginas: 304
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9.788581634111E12
Ano: 2014
Idioma: Português
Nota: 4/5

Sinopse: Se pudesse, Lucius aterrissaria em 1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai! De quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos olhos verdes que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício... 
Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui para uma irresistível paixão - e para um pedido de socorro...

Resenha:

Um clima de mistério no ar...
Quando recebemos o livro Belleville, da Parceria Novo Conceito, para resenhar, eu logo me animei a ficar com ele. Primeiro: eu sou a "loka" das capas e essa é muito delicada. Segundo: o livro é nacional e eu ando muito empolgada com a "nova" literatura nacional.
Mesmo a Agatha dizendo no nosso Correio de Tinta  de março que o tema do livro seria sobre "Amor por correspondência e que isso seria demodé", eu quis ficar com o livro. Afinal, eu amo romance e - amém! - não me arrependi. Mas chega de falar dos motivos para eu ter lido, e vamos à história!

Belleville começa com uma carta escrita em 1964 por uma moça chamada Anabelle. Nesta carta ela pede ajuda para a construção de Belleville que é um antigo sonho de seu falecido pai.
E o que seria Belleville? Belleville é uma montanha russa caseira. Pode parecer estranho mas montanhas russas caseiras não são tão incomuns.
E quem encontra essa carta em 2014  é Lucius. Um rapaz de vinte anos que vai morar em Campos de Jordão para estudar Matemática.
Lucius aluga uma casa antiga cheia de canos que fazem barulho, tábuas que rangem e com uma estranha construção no "quintal". Uns batentes de madeira enterrados, e com uma estranha simetria.
Intrigado com a construção, Lucius vai até a biblioteca da casa e encontra uma foto de uma linda jovem de brilhantes olhos verdes, próxima à construção, e com uma caixa na mão. Curioso, Lucius vai até o local e percebe a terra remexida, e escavando desenterra a caixa. Nela está a carta que inicia o livro.
A princípio Lucius comove-se com o drama de Anabelle, mas construir uma montanha russa? Sozinho? E ele também não tem muito dinheiro, o que tem está destinado a se manter em Campos de Jordão e estudar. Além do que o projeto consumiria seu tempo, que ele pretende destinar à universidade.
Assim, Lucius resolve escrever uma carta ao próximo morador da residência, unindo-se ao pedido de Anabelle, caso seja possível, que ele então construa a montanha russa.
O que eu não sabia, ainda é que não era eu quem construía os trilhos. Eles já estavam a minha espera.
Bom, é nesse momento que a magia e o mistério do livro acontece:
O livro retorna a 1964 e mostra Anabelle encontrando a carta de Lucius e respondendo-a. Mas como? Pois é ...
 Anabelle e Lucius, cada um no seu tempo, acreditam estarem sendo vítimas de uma brincadeira, mas certos fatores vão mostrando a eles que o impossível é possível.
A troca de cartas se intensifica e o que parece uma brincadeira, vai se tornando uma amizade e culmina em uma paixão!
...A Via Láctea é pequena demais para acharmos que estamos tão longe assim um do outro e que uma simples reta imaginária me ligava a ela, não importava onde ela estava. O mesmo sentimento que eu começava a ter em relação a Anabelle
Assim os capítulos vão se alternando entre 1964 e 2014, seja com a troca de cartas, seja o momento da vida dos personagens.
O autor foi muito feliz na construção da história. Ele consegue diferenciar muito bem as duas épocas, seja nas cartas, nas atitudes e até no linguajar dos personagens.
Você acaba se apegando ao "nerd" Lucius e a fofa Anabelle. Sofre com seus dramas e com a "busca" de um pelo outro e, claro, com o mistério, que na verdade é muito simples e está "às claras" o tempo todo. (E acho que só eu não percebi).
Outra coisa legal é que como o Lucius é matemático há toda uma explicação viável para a possibilidade da construção de Belleville. Felipe não soltou um vamos construir... Ele faz o personagem se consultar com um físico, sobre os projetos encontrados, uma alteração, um desvio. Ele consegue um mecânico, não há nada que não seja fundamentado.
Pode não ser um tema novo, até porque o livro parece ser inspirado no filme a Casa do Lago, mas é uma linda história e no final, se foi essa mesma a inspiração, digo que o livro consegue suplantar o filme e aquece nos corações.

Só não ganhou cinco estrelinhas porque depois do mistério resolvido, eu queria um prólogo maior, na verdade eu queria um pouquinho mais de Lucius e Anabelle, mas mesmo assim termina de uma forma bem satisfatória.
Um livro simples, bonito, e que mostra que para o amor não há barreiras.
Se eu fosse você, repensaria e andaria de montanha- russa. É bem divertido.
Eu me encantei com o livro. Espero que você possa lê-lo e se encante também.
Aproveitando, o livro também foi lido para o Desafio Literário do Skoob - mês junho, tema Autor Nacional.
Um beijo,

5 comentários

  1. Quando terminei de ler a resenha no meu email (sim! recebo tudo por email e sempre leio, mas nem sempre tenho disposição de ir comentar, sou preguiçosa, eu sei!)
    Mas eu tive que vir aqui! Adorei a resenha e achei que tinha o quê daquele filme "A Casa do lago" - só quando cheguei aqui no site é que vi que tinha um vídeo tb! Fiquei interessada no livro e se surgir um LV ou uma oportunidade de troca ou empréstimo vou agarrar com unhas e dentes!

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  2. Sammy, o Leko ganhou Belleville na promo da Copa do Mundo http://blogmundodetinta.blogspot.com.br/2014/06/promocao-de-tinta-promocao-copa-do.html

    Se você tivesse participado podia ter ganhado, mas fica de preguiça em vir nos visitar :P kkkkkkkkkkkkk

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  3. Oi Sammy,
    Nossa fiquei feliz em saber que mesmo com a sua "preguiça" essa resenha te tirou da sua zona de conforto, kkkkkkk.
    Como a Agatha falou, se vc tivesse tido um pouquinho menos, poderia ter ganhado o livro.
    E só corrigindo não foi o Leko quem ganhou, mas a artilheira da copa, a Stéphanie.KKK
    Obrigada pela visita,
    bjs
    Luana

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  4. Poxa vida!! Um livro que tem a mesma "pegada" d'A Casa do Lago, não tem como eu não comentar...adoro aquele filme *-* e agora serei obrigado a correr atrás desse livro e passar ele na frente de uns outros aqui :) Como você disse, mesmo a história sendo parecida, acredito que rever uma temática que tanto conquistou (no meu caso), será muito interessante ^^

    Valeu pela indicação, abraços!!
    Brigada Paralela

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  5. Oi!! Lua que resenha linda...me encantei e quero de qualquer jeito ler este livro.
    Parabéns!!!!

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Agradecemos pelo comentário!