[Resenha de Tinta] O Clube do Filme


   
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Autor: David Gilmour
Tradução: Luciano Trigo
Número de Páginas: 240
ISBN9788598078434
Editora: Intrínseca
Lançamento no Brasil: 2009
Nota: 4/5
Sinopse

Eram tempos difíceis para David Gilmour: sem trabalho fixo, com o dinheiro curto e o filho de 15 anos colecionando reprovações em todas as matérias do ensino médio. Diante da desorientação e da infelicidade desse filho-problema, o pai faz uma oferta fora dos padrões: o garoto poderia sair da escola - e ficar sem trabalhar e sem pagar aluguel - desde que assistisse semanalmente a três filmes escolhidos pelo pai. Com essa aposta diferente na recuperação e na formação de um rapaz que está "perdido", formaram o clube do filme. Semana a semana, lado a lado, pai e filho viam e discutiam o melhor (e, ocasionalmente, o pior) do cinema: de A Doce Vida (o clássico de Federico Fellini) a Instinto Selvagem (o thriller sensual estrelado por Sharon Stone); de Os Reis do Iê, Iê, Iê (hit cinematográfico da Beatlemania) a O Iluminado (interpretação primorosa de Jack Nicholson, dirigido por Stanley Kubrick); de O Poderoso Chefão (um dos integrantes das listas de "melhores filmes de todos os tempos") a Amores Expressos (cult romântico e contemporâneo do chinês Wong Kar-Way).
Essas sessões os mantinham em constante diálogo - sobre mulheres, música, dor de cotovelo, trabalho, drogas, amor, amizade -, e abriam as portas para o universo interior do adolescente, num momento em que os pais geralmente as encontram fechadas.
David Gilmour, crítico de cinema e escritor premiado, oferece uma percepção singular sobre filmes, roteiros, diretores e atores inesquecíveis ao relatar essa vivência com olho clínico e muita sinceridade. O autor emociona ao colocar os leitores diante da descoberta da vida adulta pelos olhos de um jovem e dos dilemas da adolescência administrados por um pai muito presente. Nas palavras de Gilmour: “É um exemplo do que o cinema é capaz, de como os filmes podem vencer suas defesas e realmente atingir seu coração”.

Oi, gente! Eu comecei a ler o livro O Clube do Filme, e sabe quando você assisti a um show de um artista que você gosta muito - não consegue se conter - e fica gritando igual uma louca? Então! Fiquei assim quando comecei a ler esse livro. 
Peguei esse livro emprestado de uma amiga tem bem uns três anos, e nada de ler. Agora que comecei, fica aquela pergunta: por que, em nome da Deusa, eu demorei tanto pra lê-lo? São tantos pensamentos interessantes e tantos comentários legais sobre diretores, atores, autores, cenas.... \O/ Eu precisava anotar alguns deles. Por fim, resolvi também fazer uma pequena resenha! Desculpem se minha "resenha" não seja bem uma resenha, mas como esse livro não é novo e tem muita coisa sobre ele pela internet, talvez me permita fazer algo diferente. Então, vamos lá!
Comentários
David é um crítico de cinema desempregado e que tem um filho de 15 anos, de seu casamento anterior, com Maggie. Jesse é um lindo e carismático adolescente. O problema é que ele está indo muito mal na escola e David percebe que Jesse realmente enjoou da escola. David percebe que não adianta forçar, que Jesse não vai melhorar, então, ele deixa Jesse sair da escola. \O/ Para tal, há apenas duas condições: que Jesse nunca se envolva com drogas e que eles assistam juntos a três filmes por semana. Incrível e muito arriscado, não é? O_O
Em primeiro plano, o livro é sobre a relação entre pai e filho e seus dramas diários, de uma forma profunda e divertida (acreditem!). Em segundo, é sobre o amor ao cinema. Amor que eu compartilho e que a cada ano mais me vicia e inspira.
Eu descobri tarde que gostar de filmes não é só gostar dos atores. Só adulta descobri que podemos gostar dos filmes como gostamos do livros: admirando quem os constroem - não os personagens mas as mentes pensantes por trás. Agora me apaixono pelos diretoras e diretores e saio desesperada atrás de seus outros filmes. rsrs Como fiz com José de Alencar e Machado de Assis quando tinha dezesseis anos. Já comecei a divagar, deixe-me voltar ao livro.
David usa os filmes e, talvez mais importante, o tempo em que ele e Jesse passam juntos assistindo aos filmes, como uma chance para explorar e entender um pouco como eles são e a dar alguns conselhos a seu filho de uma forma que ele ouça. Minha mãe usou essa tática várias vezes, e, quase sempre, deram certo. :p
Os filme citados no livro são uma micelânia de estilos, gostos, épocas... Não são os melhores filmes de todos os tempos, nem os "1001 filmes que você tem que assistir antes de morrer". São os filmes que David conhecia e pelos motivos mais diversos, ou por nenhum motivo específico, escolheu para assistir com seu filho.
No fim do livro tem a lista dos filmes que foram assistidos no Clube do Livro. Talvez eu já tenha assistido há uns 20% dos livros citados, muito pouco! Então, eu fiz uma lista dos filmes que quero assistir:
Lista de Filmes que quero assistir

ü  Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut
ü  Instinto Selvagem (1972), de Paul Verhoeven
ü Crimes e Pecados (1989), de Woody Allen
üCidadão Kane (1941), de Orson Welles - uma vergonha ainda não tê-lo assistido]
ü  Os Reis do Iê, Iê, Iê (1964), de Richard Lester
ü  Assim caminha a humanidade (1956), de George Stevens
ü  Interlúdio (1946), de Alfredo Hitchcock
ü  O Iluminado (1980), de Stanley Kubrick - eu li o livro homônimo de Stephen King, como me disseram que o livro é muito melhor, acabei ficando com medo de assistir ao filme e não gostar, mas darei uma nova chance - vou assistir a esse filme sem compará-lo ao livro.
ü  Caminhos Perigosos (1973), de Martin Scorsese
ü  O Último Tango em Paris (1972), de Bernado Bertolucci
ü  Bonequinha de Luxo (1961), de Blake Edwards - o livro (de Truman Capote) já está há muito tempo na minha lista de futuras leituras
ü  A Princesa e o Pebleu (1953), de William Wyler
ü  Uma rua chamada Pecado (1951), de Elia Kazan - eu li a peça de Tennesssee na faculdade, achei o livro em um dos meios passeios pela biblioteca; ele ficava na mesma prateleira que Drácula de Bran Stokes (tudo a ver, certo?! O.o). Eu li cinco livros que estavam ao lado de Drácula, todos muito bons, e isso era a única coisa que eles tinham em comum. \O/
ü  O Profissional (1994), de Luc Besson
ü  Scarface (1983), de Brian De Palma
ü  O Grande Gatsby (1974), de Jack Clayton
ü  Por um Punhado de Dólares (1964), de Sergio Leone
ü  Aquirre - A Cólera dos Deuses (1972), de Werner Herzog
ü  A Última Investigação (1977), de Robert Benston
ü  Ishtar (1987), de Elaine May
ü  Amor a Queima Roupa (1993), de Tony Scott

Dicas do autor

"... mostrei a ele Os Incompreendidos (1959), de François Truffaut. Pensei que seria uma boa maneira de apresentar os filmes de arte europeus, embora soubesse que ele provavelmente os acharia tediosos até que aprendesse como assistir a eles. É como aprender as variações da gramática."
"O que eu quero dizer é que não tem problema nenhum em ir pra cama com uma idiota, mas jamais tenha um filho com ela."
"Histórias de amor que começam com sangue tendem a terminar com sangue."
"Não se deixe enganar. Garotos adolescentes precisam de tanta atenção quanto recém-nascidos. Com a diferença de que eles precisam que a atenção venha do pai."
"Indicar filmes às pessoas é um negócio arriscado. De certa forma, é algo tão revelador quanto escrever uma carta para alguém. Mostra como você pensa, aquilo que o motiva, e algumas vees pode mostrar como você acha que o mundo o enxerga."

Sobre o livro original

O livro canadense The Film Club foi publicado, em 2007, pela Editora Thomas Allen & Sons. Lembrando que a história contada no livro é real, no site do autor tem uma entrevista de David e Jesse sobre o livro (em inglês), confiram aqui!


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