[Resenha de Tinta] Doze anos de escravidão


DOZE ANOS DE ESCRAVIDÃO
Título original: 12 Years a Slave
Autor: Solomon Northup
Tradutor: Caroline Chang
Número de páginas: 233
Editora: Penguin – Companhia das Letras
ISBN: 98798903682
Ano: 2014
Nota: 4/5

Sinopse:
Considerada a melhor narrativa já escrita sobre um dos períodos mais nebulosos da história americana, Doze anos de escravidão narra a história real de Solomon Northup, um negro livre que, atraído por uma proposta de emprego, abandona a segurança do Norte e acaba sendo sequestrado e vendido como escravo. Depois de liberto, Northup publicou o relato contundente de sua história, que se tornou um best-seller imediato. Hoje, 160 anos após a primeira edição, Doze anos de escravidão é reconhecido como uma narrativa de qualidades excepcionais. Para a crítica, o caráter especial do livro deve-se ao fato de o autor ter sido um homem culto que viveu duas vidas opostas, primeiro como cidadão livre e depois como escravo. “O livro nos encantou: a dimensão épica, o detalhamento, a aventura, o horror, a humanidade. Lia-se como um roteiro de cinema, pronto para ser filmado. Eu não podia acreditar que nunca ouvira falar nele. Pareceu-me tão importante quanto O diário de Anne Frank, só que publicado quase cem anos antes.” - Steve McQueen, diretor do filme 12 anos de escravidão.

Resenha:
Solomon Northup passou os primeiros 33 anos de sua vida como um homem livre no norte do estado de Nova York. Filho de um ex-escravo e uma negra nascida livre. Casou-se e teve 3 filhos, trabalhava em empregos ocasionais como construtor de jangadas, lenhador, operário e fazia bico de violinista, aliás, sua grande paixão.
Tinha uma vida feliz e livre com a família até que em março de 1841, foi enganado e atraído para uma jornada no Sul, onde ainda existia o regime de escravidão, sendo então, vendido como escravo.
Não apenas Northup passou a ser, de repente, um estranho para si mesmo, num local ainda mais estranho, como, tendo seu dinheiro e seus documentos atestando o status de negro livre sido roubados, e com uma surra espreitando qualquer tentativa de insistir na verdade, ele foi forçado a assumir um novo e aterrorizante papel, o do paradoxal “escravo livre”, sob o falso nome de “Platt Hamilton”, um suposto “fugitivo” da Geórgia.
A partir daí se inicia o relato surpreendentemente verídico da terrível experiência humana da escravidão. O livro possui trechos de arrepiar, literalmente, ao descrever os detalhes das inúmeras torturas físicas, mentais e assédios sexuais vividos por Solomon e pelos escravos que viviam em Bayou Boeuf.

 "Implorei de todo o coração e tentei amaciá-lo com pedidos de desculpas, mas foi em vão. Não havia alternativa; então, ajoelhando-me, apresentei minhas costas nuas para receber as chibatadas. “Que tal você acha o negócio do couro?”, ele exclamava à medida que a chibata descia sobre minha carne." Pág 171 e 172

Apesar de se destacar por sua inteligência, iniciativa e seu talento no violino, Solomon nunca foi poupado. Passaram-se onze anos nesse terror, onde acordar era uma decepção e a única motivação que ainda restava era a de, um dia, voltar a ver o sorriso de sua esposa e filhos.
É difícil não ler a história de Solomon sem ficar chocado e ao mesmo tempo agradecido por ter nascido em outra época. Indico para pessoas com tolerância ao mal e ao horror e que estejam preparadas para conhecer até onde vai a crueldade humana.
 Se estiver disposto a também ver... Doze anos de escravidão (12 Years a Slave) foi lançado em novembro de 2013, dirigido por Steve McQueen, indicado a nove Oscars e vencedor de três (Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado).









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