O que a vida espera da gente é um pouco de coragem...
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Título Original: Little Girl Gone
Autores: Drusilla Campbell
Publicado no Brasil: 2014
Tradução: Robson Falcheti Peixoto
Número
de Páginas: 270
ISBN: 9788581632766
Nota: 3/5
Sinopse:
Madora tinha 17 anos quando
Willis a “resgatou”. Distante da família e dos amigos, eles fugiram juntos e,
por cinco anos, viveram sozinhos, em quase total isolamento, no meio do deserto
da Califórnia. Até que ele sequestrou e aprisionou uma adolescente, não muito
diferente do que Madora mesmo era, há alguns anos... Então, quando todas as
crenças e esperanças de Madora pareciam sem sentido — e o pavor de estar
vivendo ao lado de um maníaco começava a fazê-la acordar —, Django, um garoto
solitário, que não tinha mais nada a perder depois da morte trágica de seus
pais, entrou em sua vida para trazê-la de volta à realidade. Quem sabe, juntos,
Django, Madora e seu cachorro Foo consigam vislumbrar alguma cor por trás do
vasto deserto que ajudou a apagar suas vidas?
Resenha:
Uma
história interessante que explora as esperanças secretas e os medos que levam
pessoas a agirem contra sua própria natureza, e a coragem (ou falta dela) para "virar-a-mesa".
Personagens
Madora é uma jovem
problemática que aos 17 anos é “salva” pelo atraente e simpático Willis. Quando completa 18 anos,
ela passa a viver com Willis, numa vida errádica, e depois de cinco anos
(quando a história começa) ela está morando em um trailer, no meio do nada e
sem comunicação com o mundo externo. E Madona acredita que está tudo bem, que eles
se amam, que ela deve tudo a Willis, e que Willis precisa dela.
"Ela
[Madora] tinha 18 anos quando deixou Yuma com ele; e, se ele às vezes era
estranho, se havia partes dele tão firmemente trancadas como o trailer, ela
aceitava essas coisas porque seus caprichos e excentricidades era o preço a
pagar por ser amada e ter certeza de que, ao final do dia, ele sempre voltaria
para ela. Precisava dela tanto quanto ela precisava dele;..." p. 48
Mas aos
poucos vamos percebendo em que essa relação realmente se baseia. É interessante, e um pouco inquietante, conhecer como a mente de Madora funciona, seus dilemas e medos.
Willis é um ex-militar que trabalha como um
ajudante de enfermeiro, cuidando de pessoas debilitadas, muitas vezes atendendo
em suas casas. Como só vamos descobrir mais a respeito dele já no meio do
livro, se eu disser mais alguma coisa será spoiler. [sorry]
Django Jones, um inteligente, curioso e peculiar
garoto, filho de pais amorosos - seu pai é uma estrela da música. Quando
seus pais morrem em um infeliz acidente de carro, Django teve que ir morar com
sua tia Robin, a quem não conhecia, e em um lugar também desconhecido.
Robin é uma conceituada contadora em uma
pequena cidadezinha. Sua vida segue uma rotina restrita e Robin está muito bem
assim. Pelo menos, é isso o que ela acha.
Foo é um filhotinho de pit bull marrom e branco e estrábico, companheiro de Madora. Ela o encontrou junto com outros filhotinhos em uma caixa deixada à margem da estrada. Foo foi o único filhote que consegui sobreviver. Ele é uma graça. Sempre
fico achando que o autor podia ter falado mais sobre os animais. Rsrs Queria
saber mais sobre Foo.
Escrita e narrativa
A escrita é
simples (não sei se devido a autora ou a tradutora) mas agradável. Li rapidinho!
A narrativa é em
terceira pessoa e onisciente, alterando entre os personagens: mostra o que está acontecendo com um determinado personagem e seus sentimentos e memórias, depois passa para o outro, com uma certa frequência e de forma agradável. Uma narrativa que dá ao leitor uma visão do que
cada um vive e sente, mas sem julgar suas atitudes, apenas mostrando seus
pensamentos e vivências.
Impressões
A
autora parece querer abordar vários temas que levam as pessoas a se perderem,
como morte, solidão, vergonha, maus-tratos... É muita coisa para se falar em um livro de 270 páginas, acaba por
não dar tempo para aprofundar. Não precisa ser um Dostoievski, mas, para o meu
gosto, ela poderia ter feito um livro sobre cada um desses assuntos, e explorado as complexabilidades de cada um desses sentimentos.
Fora isso, gostei do assunto principal, a dominação de um ser sobre outro. O que leva uma pessoa a viver subjugada à outra? Nesse livro você tem uma das possíveis respostas.
E, pensando bem, há mais pessoas vivendo assim do que imaginamos. Isso é assustador.
Livro original
Esse livro foi publicado pela Editora Grand Central Publishing em Nova York, USA, no ano de 2012, com o nome de Little Girl Gone. E é classificado como ficção norte-americana.
Olha que lindo o filhote de pit bull que tem na capa do original (à direita). ^_^
Ganhe meu exemplar: Para ganhar meu exemplar desse livro é só deixar um recado interessante. Melhor recadinho leva o livro.
Ganhe meu exemplar: Para ganhar meu exemplar desse livro é só deixar um recado interessante. Melhor recadinho leva o livro.
Gi!!! Olá! Vim visitar seu blog! Lindo! Gostei da resenha, amiga, fiquei com vontade de ler o livro. Então, pelo que eu entendi, ela quis ir com Willis inicialmente, mas depois se sentiu "presa" a ele e não conseguia mais se libertar? É isso ou ela foi sequestrada mesmo? De qualquer forma, isso me lembra um livro que li esse ano, 3096 de Natasha Campush. O relato da menina que foi sequestrada aos 10 anos, na Áustria, e só conseguiu se libertar aos 18. Me lembrei desse livro porque é difícil entender porque as pessoas às vezes não "reagem" a uma situação opressora. A gente até julga de submissão ou covardia, mas acontece que às vezes aquela é sim uma forma de reação, a única que a pessoa conseguiu desenvolver para lidar com a situação. Nossa mente tem uns mecanismos de defesa poderosos e o isolamento perturba de tal forma nosso julgamento que fica difícil para quem está de fora entender. Achei muito interessante o livro da Natasha porque ela analisa profundamente, com a ajuda de psicólogos, eu suponho, o porque de agir da forma como agiu no cativeiro. Cada conduta tem uma explicação lógica. E depois dessa análise, fraqueza ou covardia não passam nem perto de explicar satisfatoriamente a situação. Enfim, não sei o quanto isso se aplica ao caso de Madora, mas, de qualquer forma, fica a recomendação de leitura :P Bjãoo
ResponderExcluirOi, amiga. Primeiro, obrigada pela força.
ResponderExcluirSim, Madora foi por vontade própria. Willis é um lobo em pele de cordeiro.
Também concordo que esse é um assunto muito difícil para discutir. obrigada pela dica, fiquei interessada.
Tem um livro que recomendo sobre esse assunto chamado Menina Morta-Viva, é um livro fininho mas que meche com a gente, fiquei meio aterrorizada com ele. rs
Oi adorei sua resenha!.. muito obrigado, me fez se interessar pelo livro....mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?
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