[Resenha de Tinta] Métrica

Título original: Slammed
Autor: Colleen Hoover
Tradução: Priscila Catão
Número de Páginas: 198
Editora: Galera Record
ISBN: 9788501404350
Ano: 2013
Nota: 10/10

Sinopse: O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina. Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor. 

Resenha:

Nunca me liguei em “modinhas” de livros, tipo ler o livro que está sendo muito falado, no momento em que está sendo muito falado. Nunca fui assim. E assim continuei. Vi várias pessoas, muitas mesmo, no Facebook e no Skoob comentarem a respeito desse livro e de outros do tipo, mas não achei que fossem histórias boas...amores adolescentes sem nenhuma pitada de sobrenatural? Desacostumei...rs.

Então li a sinopse de um livro que estava sendo chamado de Cinquenta Tons para adolescentes, fiquei curiosa e baixei Métrica achando que era o tal livro que não lembro o título e preciso descobrir, pois continuo curiosa. E não, não li Cinquenta Tons.  Não tive curiosidade. :P

Comecei a leitura desse livro e logo de cara gostei do estilo da autora, sabe aquela forma de contar coisas tristes com senso de humor, sem ter pena de si mesma? É mais ou menos assim o estilo de Colleen. Mas vamos à história e vou dizer por que dei 10 para um livro de 198 páginas de um amor adolescente.

Layken, texana de 18 anos recém-completados, se muda para uma cidadezinha do Michigan por conta do novo emprego de sua mãe. Tem um irmãozinho de 9 anos chamado Kel, um fofo de inteligente e observador como são a maioria das crianças dessa idade (nem vou dizer que é porque tenho um filho dessa idade...rs). Acabou deperder o pai de forma trágica e ainda está passando pelas fases do luto que, aliás, é muito bem explicado nesse livro e melhor, o luto não só de pessoas, mas de sentimentos também.

Então no momento em que estaciona o caminhão de mudanças em frente da casa nova, conhece o novo vizinho, Will, um espetáculo de homem...rs...a atração é instantânea e logo em seguida, tipo no outro dia, já acontece o primeiro encontro. Você deve tá pensando, nossa que rápido, deve ser muito automatizado, mecânico. Mas não, aí que tá a magia desse livro, o encantamento das palavras. A autora discorre sobre essa atração instantânea de forma tão doce e delicada que se fica embevecido de ler esses trechos...sabe aquele livro que você fica relendo as melhores partes? De tão lindas que foram escritas? Métrica é assim.

“Fiquei parado ao lado do caminhão, apenas observando. Eu a encarei enquanto ela continuava olhando para o nada, com a expressão mais triste nos olhos. Queria saber em que estava pensando, o que se passava em sua mente. O que a fez ficar tão triste? Queria tanto abraçá-la. Quando finalmente saiu do caminhão e eu me apresentei, tive de usar todas as minhas forças para conseguir soltar sua mão. Queria segurá-la para sempre. Queria que ela soubesse que não estava sozinha. O fardo que ela estivesse carregando, seja ele qual fosse, eu queria carregá-lo por ela.” Pág. 143

E olha só, ele é poeta! E vou te contar, não sou daquele tipo de mulher que adora poesia e tal...vou confessar: tenho dificuldades para entender algumas...kkkkk....pra quê enrolar tanto pra falar algo?? #antiromântica #sqn. Mas os poemas desse livro...ah, tão lindos...entendi todos eles...rsrs

Um dos mais lindos poemas é quando eles saem pela primeira vez e vão a uma competição de slam (não vou contar o que é!! :D). Will recita um poema sobre morte. Mas são vários e cada um mais lindo do que o outro. Não vou colocar nenhum aqui, mas não resisto a colocar um trechinho só...

“Este ano levei a maior lição De todo mundo

Do meu irmãozinho...

Dos Avett Brothers...

da minha mãe, da minha melhor amiga, do meu professor, do meu pai, e

de

um

garoto.

Um garoto por quem estou seriamente, profundamente, loucamente, 

incrivelmente e inegavelmente apaixonada.

Levei a maior lição de todas esse ano.

De um garoto de 9 anos.

Ele me ensinou que é bom viver a vida um pouco ao contrário.

E me ensinou a rir

Do que você acharia

impossível de rir..”. Pág. 185

Mas a história não é só amor adolescente. Tem dramas familiares lindos e uma amizade que surge na vida de Layken e a ensina a ser a pessoa mais grata do mundo. E mesmo que sinta pena de si mesma, continue a sorrir. O mundo não pára. Eu chorei em três momentos nesse livro. Chorei mesmo. Ri em vários momentos. Ri alto. Tive vontade de bater nela e nele. Em algumas vezes também. Uma montanha-russa de emoções...

198 páginas de uma intensidade de sentimentos que só lendo pra saber.

Li em e-book, mas pretendo comprar o mais rápido possível. Preciso reler!

Recomendadíssimo!