A
temperatura na qual um papel pega fogo e queima...
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Autores: Ray Bradbury
Tradução: Cid Knipel
Número de Páginas: 256
Editora: Globo (Coleção Globo de Bolso)
ISBN: 9188525046444
Ano: 1953
Nota: 10/10
Sinopse: Imagine uma época em que os livro configurem uma ameaça ao sistema, uma sociedade onde eles são absolutamente proibidos. Para exterminá-los, basta chamar os bombeiros - profissionais que outrora se dedicavam à extinção de incêndios, mas que agora são os responsáveis pela manutenção da ordem, queimando publicações e impedindo que o conhecimento se dissemine como praga. Para coroar a alienação em que vive essa nova sociedade, anestesiada por informações triviais, as casas são dotadas de televisores que ocupam paredes inteiras de cômodos, e exibem "famílias" com as quais se podem dialogar, como se estas fossem de fato reais. Este é o cenário em que vive Guy Montag, bombeiro que atravessa séria crise ideológica. Sua esposa passa o dia entretida com seus "parentes televisivos", enquanto ele trabalha arduamente para comprar-lhe a tão sonhada quarta parede de TV. Sua vida vazia é transformada, porém, quando ele conhece a vizinha Clarisse, uma adolescente que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo. O sumiço misterioso de Clarisse leva Montag a se rebelar contra a política estabelecida, e ele passa a esconder livros em sua própria casa. Denunciado por sua ousadia, é obrigado a mudar de tática e a buscar aliados na luta pela preservação do pensamento e da memória. "Fahrenheit 451" é não só uma crítica à repressão política mas também à superficialidade da era da imagem, sintomática do século XX e que ainda parece não esmorecer... [Quer continuar lendo a sinopse? Acesse a página do skoob clicando aqui].
Resenha:
O livro é incrível. Até meio poético. Uma crítica aberta aos livros cada vez mais simplistas - em que não temos que pensar - aos resumos dos resumos, à televisão e seus programas de ‘pão e circo’. Fala sobre as pessoas que pensam e as pessoas que se tornam automáticas. O que é felicidade? Pensar, refletir, ler, leva-nos a melancolia? E ao não fazer isso, tornamo-nos mais felizes ou apenas entorpecemos nossos sentidos?
Montag é um bombeiro. Mas os bombeiros não apagam o fogo das casas, não há bastante tempo. Hoje as casas são a prova de fogo. Os bombeiros queimam livros, claro! Porque livros só servem para deixar as pessoas pensativas, melancólicas ou muito interrogativas - livro é subversivo e um mal a sociedade. Viva ao esporte, às festas, às compras e à TV! Mas Montag tem um segredo, algo que nem ele admite para si mesmo. Pelo menos até conhecer Clarisse, que tem 17 anos e é maluca (como ela mesmo diz). E tem Mildred, sua esposa a dez anos, que vive para seus três telões de TV. No mesmo dia que Mortag conversa com Clarisse, ao chegar em casa e entrar em seu quarto, descobre um frasco de pílulas no chão ao lado da cama de sua esposa, mas o frasco esta vazio e de manhã estava cheio. É assim que começa esse livro fantástico!
Fahrenheit 451 foi um dos primeiros romances distópicos escritos. Num tempo que poderia ser o nosso, a leitura desse livro nos leva a uma profunda reflexão dos nossos hábitos capitalistas e para o futuro que pode tornar-se sombrio. Mais do que uma crítica, acredito que o livro seja um grito de desespero, a expressão da agonia do autor e o apelo para que tornemos-nos conscientes do buraco que estamos cavando ao nosso redor.
451° Fahrenheit, aproximadamente 232° Celsius, é a temperatura de queima do papel. E com esse título aterrador, nos vemos presos em uma história que pra mim é revoltante: a queima de livros. Veja, esse tipo de repressão não é uma tática nova. A Igreja, o Nazismo, são só algumas referências gritantes que passaram por minha mente. A queima de livros nos remete à perda da liberdade do pensamento, ou à perda da liberdade da busca do pensamento. Por isso, repito, aterrador!
Aconselho a todos a leitura deste livro. Tal como a de outros livros distópicos adultos, como Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley (com resenha aqui no blog) e 1984 de George Orwell (página do skoob). E pra quem gosta da sétima arte, existem adaptações desses três livros pra telona.
O livro é incrível. Até meio poético. Uma crítica aberta aos livros cada vez mais simplistas - em que não temos que pensar - aos resumos dos resumos, à televisão e seus programas de ‘pão e circo’. Fala sobre as pessoas que pensam e as pessoas que se tornam automáticas. O que é felicidade? Pensar, refletir, ler, leva-nos a melancolia? E ao não fazer isso, tornamo-nos mais felizes ou apenas entorpecemos nossos sentidos?
Montag é um bombeiro. Mas os bombeiros não apagam o fogo das casas, não há bastante tempo. Hoje as casas são a prova de fogo. Os bombeiros queimam livros, claro! Porque livros só servem para deixar as pessoas pensativas, melancólicas ou muito interrogativas - livro é subversivo e um mal a sociedade. Viva ao esporte, às festas, às compras e à TV! Mas Montag tem um segredo, algo que nem ele admite para si mesmo. Pelo menos até conhecer Clarisse, que tem 17 anos e é maluca (como ela mesmo diz). E tem Mildred, sua esposa a dez anos, que vive para seus três telões de TV. No mesmo dia que Mortag conversa com Clarisse, ao chegar em casa e entrar em seu quarto, descobre um frasco de pílulas no chão ao lado da cama de sua esposa, mas o frasco esta vazio e de manhã estava cheio. É assim que começa esse livro fantástico!
Fahrenheit 451 foi um dos primeiros romances distópicos escritos. Num tempo que poderia ser o nosso, a leitura desse livro nos leva a uma profunda reflexão dos nossos hábitos capitalistas e para o futuro que pode tornar-se sombrio. Mais do que uma crítica, acredito que o livro seja um grito de desespero, a expressão da agonia do autor e o apelo para que tornemos-nos conscientes do buraco que estamos cavando ao nosso redor.
451° Fahrenheit, aproximadamente 232° Celsius, é a temperatura de queima do papel. E com esse título aterrador, nos vemos presos em uma história que pra mim é revoltante: a queima de livros. Veja, esse tipo de repressão não é uma tática nova. A Igreja, o Nazismo, são só algumas referências gritantes que passaram por minha mente. A queima de livros nos remete à perda da liberdade do pensamento, ou à perda da liberdade da busca do pensamento. Por isso, repito, aterrador!
Aconselho a todos a leitura deste livro. Tal como a de outros livros distópicos adultos, como Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley (com resenha aqui no blog) e 1984 de George Orwell (página do skoob). E pra quem gosta da sétima arte, existem adaptações desses três livros pra telona.
Esse livro foi um empréstimo da Laura pelo Grupo Livro Viajante do Skoob.
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