Título original: Brave New World
Autor: Aldous Huxley
Tradução: Lino Vallandro e Vidal Serrano
Número de Páginas: 397
Editora: Globo
ISBN: 9788525046611
Ano: 1932
Nota: 8/10
Sinopse:
Ano 634 d.F. (depois de Ford). O Estado científico totalitário zela por todos. Nascidos de proveta, os seres humanos (pré-condicionados) têm comportamentos (pré-estabelecidos) e ocupam lugares (pré-determinados) na sociedade: os Alfa no topo da pirâmide, os Ypsilons na base. A droga soma é universalmente distribuída em doses convenientes para os usuários. Família, monogamia, privacidade e pensamento criativo constituem crime. Os conceitos de "pai" e "mãe" são meramente históricos. Relacionamentos emocionais intensos ou prolongados são proibidos e considerados anormais. A promiscuidade é moralmente obrigatória e a higiene, um valor supremo. Não existe paixão nem religião. Mas Bernard Marx tem uma infelicidade doentia: acalentando um desejo não natural por solidão, não vendo mais graça nos prazeres infinitos da promiscuidade compulsória, Bernard quer se libertar. Uma visita a um dos poucos remanescentes da Reserva Selvagem, onde a vida antiga, imperfeita, subsiste, pode ser um caminho para curá-lo. Extraordinariamente profético, "Admirável mundo novo" é um dos livros mais influentes do século 20.
Resenha:
O que dizer desse livro? São tantas coisas que é necessário ordenar as idéias na cabeça de forma cronológica para total entendimento de vós...
Então vamos lá. Uma sociedade futura, provavelmente pós-apocalíptica que tem como ‘deus’, Ford. Uma sociedade onde valores como família, lealdade e comprometimento são considerados heréticos. As pessoas são fabricadas e condicionadas desde a vida embrionária... coisa de doido ... rs.
As classes sociais são criadas e permanentes, ou seja, quem é Alfa nunca se tornará Beta. Não existe oscilações e todos são felizes assim. E se alguém por acaso começar a pensar demais, eis o soma! ‘Remedinho’ porreta!
Mas então eis que surge alguém que pensa muito e não gosta do soma e qual o resultado? Idéias, dúvidas e frustrações. O então abolido livre arbítrio começa a querer aparecer. Mas então eu paro e penso: temos mesmo livre arbítrio?
Desde que nascemos, há regras a ser seguidas, objetivos a ser alcançados, etapas a serem vencidas, e por aí vai... o que diferimos da sociedade que o Aldous criou em 1932?
Claro que passa pela nossa cabeça que, se fosse para nossas crianças nascerem livres de doenças e outros fatores comportamentais negativos, a manipulação genética seria bem-vinda, mas se analisarmos pelo lado espiritual, Deus sabe tudo.
Enfim, esse livro nos leva a refletir sobre várias facetas de nossa vida em sociedade em que não pensamos muito por que vamos descobrir que não há como fugir disso.
“- E esse – interveio sentenciosamente o Diretor – é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer. Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar.” Pág. 44.
A banalização dos valores e princípios morais que nos mantêm “no caminho certo” é algo que mexeu muito comigo. Não existe valorização pessoal para com si e para com os outros. Principalmente se esse sentimento pode provocar instabilidade social.
“... O nosso mundo agora é estável. As pessoas são felizes, têm o que desejam e nunca desejam o que não podem ter. Sentem-se bem, estão em segurança; nunca adoecem; não têm medo da morte; vivem na ditosa ignorância da paixão e da velhice; não se acham sobrecarregadas de pais e mães; não têm esposas, nem filhos, nem amantes, por quem possam sofrer emoções violentas;” pag. 337.
Então acho que, resumindo, valeria a pena não ter “livre arbítrio” em troca de uma sociedade “estável”?
Não digo que não gostei por que às vezes é bom ler esse tipo de coisa, mas não releria... rs.
Tem uma parte que achei muito legal, me identifiquei e ri muito.
“... Eles leem Shakespeare? – perguntou [...]
- De modo algum – respondeu a Diretora, corando.
- Nossa biblioteca – disse o Dr. Gaffney – contém somente obras de consulta. Se os nossos jovens precisarem de distrações, poderão encontrá-las no cinema sensível. Nós não os estimulamos a procurar qualquer tipo de diversão solitária.” Pag. 254.
Como assim??!?
Leiam! Recomendo!
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