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Número de páginas: 168
Editora: Dimensão
ISBN: 8573193271
Nota: 4/5
Sinopse: A personagem central deste
romance não tem nome. Filha única, cresceu em um lar em que, se faltava
dinheiro, sobravam carinho e mimos de seus pais. Jovem preparou-se para ser
professora, sonho de sua mãe, ex-governanta de Dona Estela, a mulher mais rica
da cidade em que moravam.
Conheceu
Irineu, gerente do Banco do Brasil, com quem namorou e deveria noivar. Mas o
destino mudou-lhe os planos e ela casou com Ricardo, o Nego, homem bom e
trabalhador. Teve dois filhos e sua vida corria tranquila, até o desemprego do
marido. A partir desse momento sua vida se alterou. Morando em outra cidade,
longe de mãe, viu-se na contingência de arrumar emprego. Desiludida com o baixo
salário de uma professora do hoje Ensino Fundamental, decidiu seguir o conselho
de uma mulher humilde que conheceu em um ponto de ônibus: ser faxineira.
Não
aceitando a nova condição social, deixa em segundo plano a realidade - marido e
filhos - e refugia-se nas recordações de seu passado feliz. Ao mesmo tempo,
entra em sua vida Luz Marina, que a faz recordar Dona Estela e tudo que esta
representa: generosidade, beleza e finesse.
Passado e
presente se entrelaçam, até o final surpreendente. A personagem central não tem
nome porque é, um pouco, a história de muitas mulheres que conhecemos.
Resenha:
Na capa
temos uma foto ou pintura de um rosto e busto de uma mulher, em tons claros e
rosáceos. Os olhos são destacados como se tivéssemos recortado outros olhos e
colado no rosto desta. Singelo, simples mas perturbador! Será que ela vê mais
do que aparenta? Enxerga o mundo de uma forma diferente? Mais belo? Mais
deturpado? \O/
Encantei-me
com forma de escrever da autora, um estilo diferente e interessante. Que boa
surpresa descobrir uma autora brasileira talentosa nesses novos tempos tão
estranhos!
A
narração em primeira pessoa, o enredo não linear e a trama baseada nos fatos
cotidianos, mas que remetem a sentimentos mais profundos, fez-me recordar de
alguns contos de Clarice Lispector. Talvez haja até uma certa
introspecção - não tão espessa como a lispectoriana - mais translucida porém
presente.
Sentindo-se
só e invisível em seu emprego, em sua casa, em sua família, vemos nossa
protagonista perder-se em suas lembranças e buscar aconchego na vida de ricas,
educadas e delicadas mulheres.
Ela já vivia com o sorriso à Mona Lisa, acentuando-se cada vez mais.
(p.76)
Em certa
hora, sei lá o porquê, fiquei com medo de que nossa protagonista tivesse o
mesmo fim de Macabéia! Não me peça para lhe explicar! O.o Depois, mais ao fim,
já estava me chateando, predizendo o final:
- afff!
Quer ver ela melhorar, ficar tudo bem?!
Mas o
inesperado aguardava atrás da porta, ou melhor, atrás da próxima página! Adorei!!
*_____*
*Este livro foi uma cortesia do Grupo Livro Viajante.
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