Resenha de Tinta: Eu sou o Peregrino


Autor: Terry Hayes
Tradutor: Alexandre Raposo
Número de páginas: 688
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580578782
Ano: 2016
Nota: 4/5

Sinopse: Uma mulher é brutalmente assassinada em um hotel decadente de Manhattan, seus traços dissolvidos em ácido. Um pai é decapitado em praça pública sob o sol escaldante da Arábia Saudita. Na Síria, um especialista em biotecnologia tem os olhos arrancados ainda vivo. Restos humanos ardem em brasas na cordilheira Hindu Kush, no Afeganistão. Uma conspiração perfeita, arquitetada para cometer um crime terrível contra a humanidade, e apenas uma pessoa é capaz de descobrir o ponto exato em que todas essas histórias se cruzam. Peregrino é o codinome de um homem que não existe. Alguém com tantas identidades que mal consegue lembrar seu verdadeiro nome. Adotado ainda jovem por uma família rica, ele se tornou um importante profissional da espionagem. Em uma perseguição cinematográfica, Peregrino cruza o mundo, da Arábia Saudita às ruínas da Turquia; do Afeganistão ao Salão Oval da Casa Branca. Um caminho doloroso e repleto de ameaças inesperadas, na busca por um homem desconhecido cujo plano é desencadear uma destruição em massa sem precedentes. Romance de estreia do renomado roteirista britânico Terry Hayes, Eu sou o Peregrino é uma narrativa ágil, com ritmo alucinante, cujos personagens são construídos de forma primorosa em toda sua complexidade psicológica. Uma jornada épica e imprevisível contra um inimigo implacável.

Resenha:

Sinceramente peguei esse livro para ler só porque era romance de espionagem, nem sabia quem era o autor. E o livro é tão denso que nem sei por onde começar a resenha. Mas vamos do início.

Os primeiros capítulos trazem um corpo imerso em ácido que foi encontrado em uma banheira de um hotel decadente. O apartamento todo foi lavado com um antisséptico de hospital e não há nada que indique quem é o assassino. Apenas a sensação de que é uma mulher. Quem nos conta a história é o Peregrino, mas aqui ele ainda não era o Peregrino, ele não tem nome. Na verdade tem tantos nomes que não dá para saber.

Acabando esses capítulos iniciais somos levados ao passado do Peregrino, de quando ele entrou para o mundo da espionagem. Neste ponto eu não sabia que história eu queria conhecer primeiro: o desenrolar da investigação de assassinato ou os casos dele como espião. Como minha opinião no assunto não tinha relevância continuei o livro. Só depois de ler os agradecimentos e descobrir que é o autor entendi porque ele sabe contar uma história tão bem: ele está acostumado a isso.

Esse não é um livro ação, é um suspense com espionagem e terrorismo. Então duas coisas que você não encontrará aqui são cenas eletrizantes de perseguição nem cenas adocicadas de romance. Não há uma ‘mocinha’ apaixonada pelo Peregrino (o que faz muito sentido dada a vida que ele leva). Mas não pense por um momento que o livro te dará sono, ao contrário, você vai querer saber COMO as coisas aconteceram. E quando o foco entra no Sarraceno, o terrorista árabe que quer levar um ataque aos EUA, você se pergunta o tempo todo o que o restante da história tem a ver com isso. Acredite, tem. É uma série de coincidências algumas coisas, mas mesmo assim não achei forçado.

O livro vai se tornar filme em breve (página do Facebook do livro), e eu consigo visualizar isso perfeitamente. Eu só espero que no roteiro do filme ele perceba (e conserte ou explique melhor) a linha do tempo da história. Quando o livro começa, no assassinato do hotel, eles descobrem que a pessoa se hospedava no hotel há 8 meses e que ela deu entrada no 11 de Setembro de 2001. Assim, o livro começa em Maio de 2002 e quando começa a perseguição ao Sarraceno estamos uns 4 meses depois, ao menos é o que parece. Só que tem dois comentários do Peregrino que dizem que a história se passa nos dias de hoje:

Ele lera sobre o erro que George Bush cometeu durante a perseguição a Osama bin Laden, quando invadiu a zona que era Tora Bora. O número de agentes na área e a profundidade das disputas internas na agência acabaram minando a operação por completo. Eles só conseguiram chegar a Bin Laden por meio de um bom trabalho de inteligência à moda antiga.

As pesquisas eram da mesma opinião. A nação já elegera um presidente negro, mas aceitar uma mulher como comandante-chefe parecia um passo grande demais naquele estágio da evolução do país.

Mas ao mesmo tempo em que esses comentários dizem que a história se passa nos dias de hoje também há alguns fatos que levam a crer que a história se passa em 2002. Primeiro de tudo a cena do hotel que é em 2002 e quando o Peregrino é recrutado para ir atrás do Sacarreno parece não ter se passado muito tempo desde o hotel.

Fora isso o livro é MUITO bom, daria um filme excelente. Só se lembrem que ele não tem os mistérios de um Agatha Christie, nem a ação de um Busca Implacável. Mas ele tem os próprios valores, os próprios mistérios e as próprias cenas de ação, apenas não são o foco principal do livro.

Enfim, se você leu esse livro me conta aí: Eu estou procurando chifre quem cabeça de cavalo ou não? Você entendeu a linha do tempo? Explica aí pra amiga. Se não leu, ao ler pense nisso que contei e volta aqui para me dizer suas impressões? Por favor, minha mente deu nó tentando entender isso.


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