[Resenha de Tinta] O Andarilho das Sombras

Parceria Editora Draco                                       

Série: Tempos de Sangue #1

Autor: Eduardo Kasse
Arte e capa: Ericksama
Número de Páginas: 353
Editora: Draco
Ano Publicação: 2012
ISBN: 9788562942600
Nota: 9/10

Sinopse: O Andarilho das Sombras, romance de Eduardo Kasse, conta uma história instigante de como as escolhas, os caminhos tortuosos e uma maliciosa promessa criaram um grande mal. Harold Stonecross, protagonista do livro, é carismático, sedutor e fatal. Sempre envolto em mistérios enquanto caminha pelas ruelas escuras e imundas das cidades e vilas medievais da Inglaterra, Irlanda e França dos séculos XI e XII. Toda a narrativa é permeada e entrelaçada com fatos históricos e pessoas reais, com uma visão ficcional sobre o que poderia ter acontecido – ou aconteceu… 

       Um dia estou eu blogando feliz da vida quando vejo no blog da editora Draco um post/promoção oferecendo ebooks de graça, pouco feliz eu não fiquei XD Juntei a fome com a vontade de comer! Porque esse mês o tema do desafio literário é justamente a letra E de Eduardo Kasse \o/

Resenha:

       Eu ainda estou tão excitada com o livro que não sei por onde começar a resenha. Então vamos do começo. Logo no início do livro conhecemos Harold Stonecross um vampiro no melhor estilo Entrevista com Vampiro. E não é a toa que estou comparando com a mestre Anne Rice. Se me perguntassem eu diria que o Eduardo estudou com a mestre e foi seu melhor pupilo. A história flui com um ritmo cadenciado tão relaxante que eu só desejava uma poltrona perto da lareira no inverno. Agora a contradição: como pode aventuras vampirescas cheias de sangue e assassinato relaxarem uma pessoa?! O problema está na leitora ou no autor?! 

       A história se divide entre presente e passado. Harry, para os íntimos, vive se lembrando do passado e nos contando como foi. No começo eu estranhei MUITO isso de ir e voltar porque é feito quase sem aviso. Eu digo quase, porque na verdade tem um aviso: ele deixa uma linha em branco entre os parágrafos. Lerda como eu só, levei um tempo para perceber. Mas ainda assim, o autor não nos deixa desamparados, nas primeiras linhas do passado ele nos posiciona em que ponto do passado estamos. Em dada altura eu não sabia mais se queria saber a história atual ou a do passado. Eu sabia que em algum ponto o passado ia passar pelo ponto em que ele se tornou imortal, só não sabia como seria. E foi uma grata surpresa! Nem em mil anos eu pensaria aquilo! Ao mesmo tempo eu queria saber mais sobre o presente, o que ele faria, por onde mais andaria e o que faria. Todo narrado em primeira pessoa acredito que posso dividir o livro assim: passado é onde tem mais ação/aventura. Já o presente é um monólogo em que o narrador conversa diretamente com você já todo maduro e sem as dúvidas da juventude. Você confia muito mais do Harry do presente, você sente a nostalgia enquanto ele fala do passado. 

       A história toda se passa entre os séculos XI (passado) e XII (atual). Conhecemos Irlanda, Inglaterra e França, para os viciados em história medieval é um prato cheio e só isso já vale a leitura. Mas além da cultura da época, paisagens, tecnologias e costumes, o autor não esqueceu os deuses! Nessa época os padres atentavam a vida das pessoas, mas muitos ainda cultuavam os deuses celtas e os vikings estavam lá para espalhar a palavra de Odin ^^ 

       Eu adorei o livro, mesmo, e já estou com o próximo volume pronto para ler. É mais de 1 século de vida do Harold então não tinha como ele contar tudo o que aconteceu. Por isso eu sonho que o Eduardo conte mais da vida dele. A primeira cena do livro ainda está me remoendo, porque ele começa a partir de um evento que ele não narra em detalhes, só menciona. Não faz diferença para o decorrer da história, mas eu quero saber! Nesse ponto ele me lembrou os primeiros livros do André Vianco. Até hoje eu quero mais dos vampiros do Rio D’Ouro!  

       Em breve  resenha do próximo volume da série: Deuses Esquecidos.