[Resenha de Tinta] Uma Questão de Confiança

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UMA QUESTÃO DE CONFIANÇA
Título original: The playdate
Autor: Louise Millar
Tradução: Shirley Gomes
Número de Páginas: 382
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581631936
Ano: 2013
Nota: 08/10
Sinopse:
Em um subúrbio tranquilo de Londres, algumas mães se ajudam através de amizade, favores e fofocas. No entanto, algumas delas não parecem confiáveis e outras têm segredos obscuros. Quando Callie se mudou para seu novo bairro, pensou que seria fácil adaptar-se. Contudo, os outros pais e mães têm sido estranhamente hostis com ela e com sua filha, Rae, que também descobriu como é difícil fazer novas amizades.
Suzy, seu marido rico e seus três filhos parecem ser a única família disposta a fazer amigos, mas, recentemente, a amizade com Suzy anda tensa. Ainda mais com a atmosfera pesada que pairou sobre o bairro após a chegada da polícia e o relato de um possível suspeito morando no bairro.
O que Callie e sua pequena Rae podem esperar? Em quem confiar? E, sobretudo, como imaginar que certas atitudes rotineiras podem colocar em risco a vida de sua pequena filha? Verdades e mentiras parecem se esconder nestas pequenas casas.


Resenha:
Você deixa seu filho com uma amiga. Todo mundo faz isso. Até que algo sai errado...
Com essas frases, o livro é apresentado na capa. Mas a questão de confiança vai muito além de deixar o filho com uma amiga...
A história central é a vida de Callie e Rae vivendo em um bairro classe média de Londres. Callie é mãe solteira e sofre com a discriminação das outras famílias. Mas também tem Suzy, americana, mãe de três crianças e a única amiga de Callie. E há Debs, professora infantil que acaba de se mudar para a vizinhança e acha que está sendo perseguida por ‘fantasmas’ do seu passado.
Então, vamos lá. Primeiro Callie. Mãe em tempo integral, engenheira de som quase aposentada. Sua filha, Rae, tem problemas cardíacos e precisa de vigilância constante. E a única pessoa que a ajuda com essa árdua tarefa é sua amiga e vizinha Suzy.

“... nossa amizade não é uma escolha, mas uma carência. A estrangeira em Londres e a mãe solitária: empatadas. Está errado apoiar-se tanto nela sem ser sincera sobre quem sou de fato, deixando que a verdade ficasse escondida em algum canto escuro, como um espírito maligno, à espera.” Pág. 79.

Callie não tem confiança nela mesma como mãe. Acha que Rae é doente por sua culpa e, em certos momentos, torna-se super-protetora, tentando, assim, melhorar como mãe. Sua relação com o pai da menina é problemática, não tendo ele nenhuma intenção de ajudar nos cuidados que a menina necessita.
Então temos Suzy. Casada com um inglês tradicionalíssimo, essa americana tenta desesperadamente ter um lar perfeito, bem diferente do seu passado. Então ela engravida e tem 3 filhos e compram uma casa linda em uma vizinhança bonita e respeitável. Pronto. Todos os ingredientes estão aí. Só falta a ‘massa’ pra unir tudo. Suzy não confia que as pessoas irão gostar dela pelo seu jeito de ser, então passa a ter uma atitude servil para com todos, principalmente Jez, seu marido, e Callie, sua única amiga.

“... por isso tinha planejado tantas coisas para fazerem juntas. E quando Callie parecia preocupada ou chateada, ela tinha feito de tudo para ser uma boa amiga: a ouvia, a abraçava, a fazia rir...” Pág. 70.

Suzy necessita urgentemente de uma vida perfeita. Alguém já achou isso? Existe?
E, por fim, temos Debs. Professora infantil que sofre de sérios transtornos de insegurança devido a uma criação terrível. Das três, a mais problemática, aparentemente.

“... pela primeira vez em meses, ela sentiu-se calma de fato. Exatamente como quando sua mãe gritava com ela ou lhe dava um tapa se fizesse alguma travessura. Na época ela sabia onde pisava. Sabia onde estavam os limites, sabia quais eram as regras.” Pág. 232

Quando as três mulheres começam a conviver, então é revelado o lado oculto de cada uma e a história, aparentemente sem graça toma um rumo inesperado e incrível! A leitura toma um ritmo empolgante e um final digno de filme hein...rs
Sempre quando faço uma resenha gosto de destacar um trecho com que tenha me identificado ou achado divertido e dessa vez não foi diferente

“... Livros. Graças a Deus pelos livros. Sempre a acalmavam. Olhou para os últimos no chão, imaginando quais retirar das prateleiras lotadas para dar espaço a esses últimos. Pegou alguns dos possíveis, segurando-os, pesando o que cada um significava para ela. Desde os 11 anos [...], ela adorava livros, tanto pela beleza, seu peso e sua forma, quanto pela fuga que o conteúdo deles lhe proporcionara...” Pág. 167.

Quem se identifica??! \o/
Leiam! Recomendo!
Esse livro é cortesia da Novo Conceito.


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