[Resenha de Tinta] Higiene do Assassino

Título Original: Hygiène de L’assassin
Autor: Amélie Nothomb
Tradução: F. Rangel
Número de Páginas: 172
Editora: Record
ISBN: 9788501048844
Ano: 1992
Nota: 10/10

Sinopse: Pretextat Tach, Prêmio Nobel de Literatura, só tem mais de dois meses de vida. Jornalistas do mundo inteiro solicitam entrevistas com o escritor, cuja misantropia o mantém recluso há anos. Alguns o encontrarão, mas apenas um deles o desafiará, deixando-se enredar num jogo em que má-fé e lógica se entrecruzam. É um romance quase inteiramente dialogado, pois nenhuma forma de escrita se aproxima tanto da tortura.
Os diálogos — a princípio simples entrevistas — se transformam aos poucos em interrogatório, em um duelo sem misericórdia. Deste embate surge um homem atormentado pelos segredos mais obscuros, como se cada troca de falas fosse uma fase de um processo de dissecação da alma. Com intensidade extraordinária e grande poder de contundência, cada palavra é capaz de revelar a crueldade, manejar o cinismo e desbaratar a ambigüidade do ser humano.

Resenha:
            Como resenhar o livro perfeito? Acha que estou exagerando? Bem, talvez um pouco, mas como não chamar de perfeito um livro tão bem escrito? E como não tirar o chapéu para a autora que tinha apenas 14 anos quando o escreveu?! #ohmygod
            ‘É um romance quase inteiramente dialogado, pois nenhuma forma de escrita se aproxima tanto da tortura.’
A foto no livro está mais Vandinha

            Depois de ler essa frase na orelha, eu me rendi à curiosidade. Ainda mas com a foto à lá Vandinha rsrs. E não é que a mulher soube mesmo como levar o livro!?
            Deixa eu tentar explicar minha forma de leitura, ou como eu me sinto.
Quando o livro é bom, sinto como se estivesse no cinema. As coisas lá fora não tem importância, e vejo as cenas se desenrolando à minha frente.
Quando o livro é MUITO bom, o cinema é 3D. As cenas são quase reais, a trilha sonora é maravilhosa. Os sons ambientes são perfeitos.
              Então veio o Higiene do Assassino e eu me senti em um TEATRO! Com um cenário principal e um auxiliar. As cenas se desenrolando na minha frente. Eu podia ver o personagem principal em carne, (banha) e ossos! Podia ouvir sua voz, com aquela acústica que só existe em teatro, um vídeo nunca será capaz de imitar. Foi uma experiência fantástica!
            Em certo ponto da leitura, eu comecei a ficar chateada porque a autora estava falando besteira, desconstruindo o personagem. Meu namorado que já tinha lido o livro me aconselhou a continuar. Quando o livro se encaminhou para o final, eu fiquei de boca aberta: ‘Ela fez tudo isso de caso pensando!’ E quando o livro acabou, eu continuei segurando ele, incapaz de pensar em nada. Nem no final da história, nem em mais nada! Fiquei completamente impressionada com o rumo que as coisas levaram.

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