[Desafio Literário 2012] Fevereiro - Coraline

Autor: Neil Gaiman
Tradução: Regina de Barros Carvalho
Número de Páginas: 155
Editora: Rocco Jovens Leitores
ISBN: 8532516262

Ano: 22

Sinopse:

A jovem Coraline acaba de se mudar para um apartamento num prédio antigo. Seus vizinhos são velhinhos excêntricos e amáveis que não conseguem dizer seu nome do jeito certo, mas encorajam sua curiosidade e seu instinto de exploração. Em uma tarde chuvosa, a menina consegue abrir uma porta que sempre estivera trancada na sala de visitas de casa e descobre um caminho para um misterioso apartamento ‘vazio’ no quarto andar do prédio. Para sua surpresa, o apartamento não tem nada de desabitado, e ela fica cara a cara com duas criaturas que afirmam ser seus “outros” pais. Na verdade, aquele parece ser um “outro” mundo mágico atrás da porta. Lá, há brinquedos incríveis e vizinhos que nunca falam seu nome errado. Porém a menina logo percebe que aquele mundo é tão mortal quanto encantador e que terá de usar toda a sua inteligência para derrotar seus adversários.

Resenha:

Primeiro, gostaria de alertá-los que vocês verão várias publicações minhas do desafio literário, já que estou insanamente atrasada, mas não quero desistir. (E não vou).

Coraline é o primeiro livro de Gaiman que li, apesar de muitas obras dele estarem na minha estante como “vou ler”. Já havia assistido a animação, que é bem sinistra, e achava a história muito interessante. O livro não me desapontou, apesar de o filme ter mais personagens – e é a primeira vez na minha vida que encontro um filme que é “menor” do que um livro.

Outro pai, outra mãe e Coraline, da animação de 2009.

Coraline – vamos repetir juntos COraline, e não CAroline – é uma menina ativa e cheia de imaginação, que mudou-se recentemente para uma nova casa. Seus pais trabalham em casa (e eu não descobri exatamente no que) e não lhe dão muita atenção.

Após passar por uma porta na sua sala de visitas, nossa personagem chega a uma cópia de seu próprio mundo, porém muito melhorada, mas logo descobre que as coisas não são como ela imagina, e a outra mãe é do mal. (Muito do mal. Mesmo. u_u).

Como minha amiga Agatha disse em sua resenha de Lugar Nenhum, a sensação que temos durante a leitura do livro é que rolam muitas doses de chá de cogumelo durante a criação da obra de Neil, o que não é ruim de forma alguma. O cara é sensacional, tem uma imaginação fantástica, uns insights absurdos, e tudo teve lógica, uma sequência e um final. E se você acha que é um livro infantil, pode tirar seu cavalinho da chuva. Para ilustrar, vou usar as palavras de Lemony Snicket, autor de Desventuras em Série, que estão no verso do livro:

“Este livro conta uma história fascinante e perturbadora que quase me matou de susto. A menos que você queira se esconder debaixo de sua cama, com o dedo na boca, tremendo de medo, e fazendo toda a espécie de sons estranhos, sugiro que largue o livro devagarinho e vá procurar diversão mais leve, algo assim como um crime sem solução, por desvendar”.

Em suma, é um livro muito, muito bom. Me apaixonei por Neil, e quero logo ler mais dele. Além disso, a edição da Rocco Jovens Leitores tem várias ilustrações no livro, muito bonitas, de autoria de Dave Mckean.

Pra fechar, gostaria de destacar uma “musiquinha” que aparece durante o texto. Não consigo lê-la sem ritmá-la na minha cabeça, então pra mim, é música. rsrs

“Somos pequenos, porém muitos

Muitos somos, bem pequenos

Ao topo já vimos te ergueres

Ao tombo nós assistiremos”

PS Surpresa: Minha amiga Agatha vai ganhar este livro. Mas não contem pra ela ;)