Tradutoras: Peg Bodelson, Betúlia Machado, Maria José Silveira
Número de páginas: 258
Editora: Circulo do Livro
Ano: 1982
ISBN: 0
Sinopse: O livro narra a comovente trajetória de uma mulher negra na racista América do início do século passado. A Cor Púrpura é um romance feminista sobre a força e dignidade do espírito humano. Alice Walker foi vencedora do Prêmio Pulitzer em 1983.
Resenha:
Nunca havia lido um livro feminista e confesso que eu comecei a ler o livro esperando que alguma parte visivelmente feminista pulasse pelas páginas e dançasse pelada na minha frente, mas não foi bem assim.
A história toda é contada por Miss Celie, que tem uma visão muito depreciativa de si mesma, chegando a se chamar de 'feia' e 'burra' várias vezes e primeiramente elas são dirigidas à Deus, mas depois são dirigidas à sua irmã, Nettie.
A passagem de tempo no livro é meio doida. Em 100 páginas se passam 12 anos, ou coisa parecida. Concordem comigo que isso é um pouco absurdo para um livro, né?
Miss Celie vem de uma família problemática, onde desde cedo ela cuida de seus irmãos mais novos e, digamos, da necessidade física de seu pai. Ela começa a ser violentada logo após sua mãe parir um de seus irmãos mais novos e se recusar a deitar com ele, que procura Celie. Depois da morte da mãe, ela começa a se oferecer para o pai para poupar que sua irmã sofra a mesma coisa. Ela teve dois filhos, que acredita terem sido mortos.
Um dia Nettie aparece com um homem em casa, pedindo a benção do pai para se casar, que se recusa e entrega Celie no lugar. Que casa com o Sinhô e passa a cuidar de casa e família, o que é um pouco dificil, porque os filhos do sinhô são mal-educados e revoltados com a morte da mãe.
A vida de Celie começa a mudar depois que seu marido a proíbe de ver a irmã, que logo ela acredita ter sido morta, e trás a amante doente pra casa, Doci Avery e ela cuida da amante sem reclamar.
Durante a trama, nos é apresentado a luta pela liberdade da mulher e as diferentes personalidades que surgem durante esse processo. Há Sofia, a nora que se recusa a obedecer o marido, faz o que quer e ainda revida, caso ele decida bater nela. Há a famosa descarada, desbocada e bissexual, simbolo de liberdade feminina na época (na minha opinião). Há a branca que decide trabalhar pros negros e por isso é discriminada. Há a negra que aos poucos toma consciência de si mesma. Há a negra que passa o livro inteiro tentando se libertar.
Enfim, é um livro para se ler e refletir, não tem como não se emocionar com a história de Celie, Nettie, Doci, Sofia e tantas outras. Assim como não posso de recomentar a todas as leitoras e leitores do blog.
A única coisa um pouco enervante no livro, que eu demorei pra me acostumar, é a escrita simples da protagonista, que se utiliza de 'sinhô', 'queu', 'cumeça', entre outros, mas que é perfeitamente explicável se nós nos colocarmos no lugar dela, de moça simples que foi obrigada a largar a escola por estar grávida do pai.
Quotes:
"Ele nunca teve uma palavra boa pra falar pra mim. Só diz, Você vai fazer o que sua mãe num quis fazer. Primeiro ele botou a coisa dele na minha coxa e cumeçou a mexer. Depois agarrou meus peitinho. Depois, ele impurrou a coisa dele pra dentro da minha xoxota. Quando dueu, eu gritei. Ele cumeçou a me sufocar, dizendo É melhor você calar a boca e se acostumar."
"To ficando cansada do Harpo, ela diz. Tudo no que ele pensa desde que a gente casou é como fazer eu obedecer. Ele num quer uma mulher, ele quer um cachorro."
"A primeira vez queu vi inteiro o longo corpo negro da Doci Avery cum os bico do peito quem nem ameixa preta, parecendo a boca dela, eu pensei queu tinha virado homem."
Favorito!♥
Eu também nunca li livro nenhum desse gênero. Parece ser uma história bem emotiva.
ResponderExcluirbeijos*;
Há tempos que quero ler esse livro! Agora fiquei com mais vontade ainda! rsrsrs \O/
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