[Desafio Literario 2012] O caso dos dez negrinhos (E não sobrou nenhum)

Título Original: Ten little niggers
Autor: Agatha Christie
Tradução: Leonel Vallandro
Número de Páginas: 201
Editora: Abril
ISBN: ---
Ano: 1981
Nota: 10/10

Sinopse: Dez pessoas são convidadas pelo misterioso U.N. Owen para passar alguns dias numa ilha perto de uma aldeia pouco movimentada. Os convidados aceitam o convite e de igual maneira embarcam num barco local para a ilha. Na primeira noite, quando todos já se conheciam razoavelmente bem e conviviam animadamente na sala, ouve-se uma voz vinda das paredes da sala, acusando cada um dos dez presentes de ter cometido um crime, crime esse que apesar de ser despropositado ou inevitavél, levou à morte de outras pessoas. O pânico instala-se e mortes inexplicáveis se sucedem, tendo por única pista uma trova infantil.

Resenha: 

A primeira coisa que se deve saber sobre esse livro é que ele é o mesmo que ‘E não sobrou nenhum’. A mudança do título se deve ao fato dele ser preconceituoso. Pura bobagem... o livro nada tem de preconceito, o que acontece é que o cenário da história é uma ilha conhecida como ‘Ilha do Negro’, por ter o formato característico da cabeça de um negro. O povo criou então os seguintes versos:

  

"Dez negrinhos vão jantar enquanto não chove;

Um deles se engasgou e então ficaram nove.

Nove negrinhos sem dormir: não é biscoito!

Um deles cai no sono, e então ficaram oito.

Oito negrinhos vão a Devon em charrete;

Um não quis mais voltar, e então ficaram sete.

Sete negrinhos vão rachar lenha, mas eis

Que um deles se corta, e então ficaram seis.

Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco;

A um pica uma abelha, e então ficaram cinco.

Cinco negrinhos no foro, a tomar os ares;

Um ali foi julgado, e então ficaram dois pares.

Quatro negrinhos no mar; a um tragou de vez

O arenque defumado, e então ficaram três.

Três negrinhos passeando no zoo. E depois?.

O urso abraçou um, e então ficaram dois.

Dois negrinhos brincando ao sol, sem medo algum;

Um deles se queimou, e então ficou só um.

Um negrinho aqui está a sós, apenas um;

Ele então se enforcou, e não sobrou nenhum. "

Com base neles é que acontecem os assassinatos. As 10 pessoas que foram chamadas à Ilha possuem em seu passado uma acusação de assassinato (verdadeiras ou não, só lendo para saber). A ilha é longe da costa e depois de revistar a ilha toda, conclui-se que só há as 10 pessoas no lugar. Imagine o desespero deles quando as mortes começam!? 

Ah! E na mesa da sala existe 10 bibelôs com a imagem de um negrinho, a mesma da capa do livro. E a cada morte um negrinho desaparece! E ninguém se acusa de os ter removido. E agora?!

O divertido na Agatha Christie é descobrir quem é o assassino, e nesse livro em particular, quem é a próxima vítima. Eu juro que tentei! Mas não acertei nenhumzinho... ela sempre acaba comigo! Rs Por isso que gosto tanto dessa autora, seus livros são totalmente imprevisíveis. 

            Leiam, leiam tudo que puderem dessa brilhante autora! Quanto mais você pensa que conhece seu jeito e seu padrão mais você se surpreende. 

Título Original: And then there were none
Autor: Agatha Christie
Tradução: Renato Marques
Número de Páginas: 397
Editora: Globo
ISBN: 9788525049612

Ano: 2011

Nota: 10/10

Sinopse: Dez pessoas diferentes recebem um mesmo convite para passar um fim de semana na remota Ilha do Soldado. Na primeira noite, após o jantar, elas ouvem uma voz acusando cada uma de um crime oculto cometido no passado. Mortes inexplicáveis e inescapáveis então se sucedem. E a cada convidado eliminado, também desaparece um dos soldadinhos que enfeitam a mesa de jantar. Quem poderia saber dos dez crimes distintos? Quem se arvoraria em seu juiz e carrasco? Como escapar da próxima execução?

Resenha:

           Estava pensando em como começar essa resenha. Esse é o primeiro livro da diva Agatha Christie que leio e vou falar uma coisa, ela é tudo o que dizem e mais um pouco...que história incrível!!

           Como a Agatha já explicou lá em cima, por questões preconceituosas, o título foi alterado e onde, no primeiro livro, se vê negrinhos, nesse, é soldado: o nome da ilha, os bibelôs, o poema e por aí vai...besteira mesmo...coisas de americanos...

            As 10 pessoas na Ilha do Soldado achavam que não tinham nada em comum, mas, na primeira noite descobrem que tem bem mais do que imaginam...

            Quando a noite chega e os convidados se reúnem depois do jantar para conhaque e café na sala, não imaginam o que estava prestes a acontecer

“... Em meio ao silêncio ressoou a Voz. Inesperada, sem aviso, inumana, penetrante...
Todos se sobressaltaram. Olharam à sua volta – uns para os outros, para as paredes. Quem estava falando?
A Voz continuou – uma voz cristalina, que falava em alto e bom som.” Pág. 66

         Um suspense paira no ar e quando as pessoas começam a morrer de formas estranhíssimas, começa um clima de desconfiança e tensão. Wargraves toma a iniciativa de discutirem abertamente o que está acontecendo, mas alguns, como Lombard, está mais interessado em se proteger e os outros que se virem por conta própria... Confesso que no início a história ficou meio cansativa, mas é de praxe apresentar alguns detalhes de cada personagem e nesse caso, são 10!! Mas depois que todos se encontram na casa, as coisas começam a ficar interessantes...

          Um dos aspectos mais aterrorizantes desse livro é o isolamento na ilha. As pessoas se sentem presas e, aos poucos, vigiadas.

“Subiram as escadas.
A cena que se seguiu parecia tirada de uma peça cômica ou uma pantomima. Cada convidado pousou a mão na maçaneta da porta do respectivo quarto. Depois, como se atento a um sinal, cada um entrou e fechou a porta. Ouviram-se os ruídos de ferrolhos, das fechaduras e de móveis sendo arrastados.
Quatro pessoas apavoradas, entrincheiradas até a manhã seguinte.”

          Esse livro te deixa pensativo do início ao fim, por que nem no fim você descobre quem é o cara mal...ou mulher mal...leiam!

          Mas leiam com muuuuita atenção...você vai precisar “pescar” as coisas no ar...!!