[Clássicos de Tinta] Orgulho e Preconceito

Título Original: Pride and Prejudice

Autora: Jane Austen

Tradutor: Jean Melville

Número de Páginas: 316

Editora: Martin Claret (Coleção A Obra-Prima de Cada Autor – 243)

Ano: 2006

ISBN: 8572326308

Nota: 5/5

 Sinopse: Escrito no final do século XVIII e revisado e publicado no início do XIX Orgulho e Preconceito mostra as intrincadas relações humanas da época em que viveu Jane Austen, de uma forma leve, com toques de ironia característicos da autora.

Austen discorre sobre relacionamentos, diferenças sociais, preconceitos, educação, cultura e sobre o baixo poder de decisões da mulher inglesa naquele período, reunindo estes aspectos numa obra delicada e surpreendente.

Resenha:

            A protagonista desta maravilhosa história é Elizabeth Bennet. Nascida numa família que vive da atividade rural, Elizabeth é a segunda de 5 filhas. A maior preocupação de sua mãe, Mrs. Bennet, é casar as filhas para não perder a posse da fazenda, que só poderia ser passada a herdeiros homens.

            A Mrs. Bennet representa nesta obra a frivolidade, que foi passada as filhas mais novas, enquanto o Mr. Bennet é calmo e culto, características que vemos nas filhas mais velhas.

            Elizabeth, indiferente aos desejos da mãe, é forte, decidida, sarcástica – até demais para sua época – e nega-se a casar por conveniência.

A história realmente começa quando Elizabeth e Jane (a filha mais velha, calma e meiga, ao contrário de sua irmã Elizabeth) conhecem Mr. Bingley, um jovem rapaz espirituoso que compra uma propriedade próxima a fazenda dos Bennet, e Mr. Darcy, um rico cavalheiro que é distante e considerado grosseiro por muitos.

Elizabeth ouve Darcy falando – mal – de sua pessoa, durante um baile, o que a deixa “com o pé atrás” em relação a ele.

No entremeio, Jane e Bingley iniciam um relacionamento – e em relacionamento, não esperem beijos e coisas do tipo, tudo bem? Estamos na Europa no século XVIII, relacionamento é trocar cartas – contra a vontade da irmã de Bingley, que considera Jane inferior e não merecedora de sua família.

Elizabeth começa então a utilizar sua espirituosidade para atingir Darcy. Um dos melhores diálogos do livro, a seguir, mostra como Elizabeth reagia, e também muito de como as pessoas da época pensavam:

“ – A tua lista de talentos comuns – disse Darcy – tem muito de verdade (...). Mas estou longe de concordar contigo na tua apreciação das mulheres em geral. De todas as que conheço, não me posso gabar de conhecer mais de meia dúzia verdadeiramente dotadas. (...)

– Oh, mais com certeza! – exclamou sua fiel aliada – Nenhuma poderá se considerar perfeita se não ultrapassar de longe a média. Uma mulher, para merecer tal qualificação, deve ter um conhecimento profundo sobre música, canto, desenho, dança e línguas modernas; e, além de tudo isso, deve possuir ainda um que na maneira de se mover e estar, no tom da voz, trato e expressões, ou só merecerá a qualificação em parte.

– Tudo isso ela deve possuir – acrescentou Darcy – e a tudo isso ela deve juntar ainda algo de mais substancial, que é a prática assídua da leitura para o desenvolvimento de seu espírito.

– Por isso não admira que o senhor conheça apenas seis mulheres completas. Chego a duvidar que conheça alguma. Respondeu Elizabeth."

No decorrer da história muitos acontecimentos afastam e unem Elizabeth e Darcy, assim como Jane e Bingley. Um homem sem escrúpulos, uma aventura desajuizada da irmã mais nova dos Bennet, a falta de tato da mãe das mulheres, mentiras criadas pela irmã de Bingley, entre outras coisas. Sentimentos diferentes aparecem e diminuem, mas pra descobrir como tudo isso termina, você vai ter que ler o livro!

Se você cansou de ler romances onde os protagonistas se pegam nas primeiras 4 páginas e se apaixonam só porque ele/ela é a coisa mais linda da escola, Orgulho e Preconceito é o seu livro.

Uma história que mostra do que o amor duradouro e verdadeiro é feito: caráter, respeito e admiração pelo outro, apesar das dificuldades e das diferenças.

           “ – Não posso determinar a hora ou o lugar, o olhar ou as palavras que alicerçaram meu amor. Já estava no meio e ainda não sabia que tinha começado.”

            Achou a leitura muito difícil? Tenta outra vez, te juro que vale a pena!

            Não deu mesmo? Não se preocupe, tem um filme ótimo também!

A Autora - Jane Austen

Capa Original